Para findar a breve série, que vem no ensejo de provocar o leitor a refletir sobre o pensamento revolucionário, listo vinte e duas verdades que desnudam a retórica revolucionária, inclusive no que se refere a problemas do Brasil. Tais afirmativas estão constituídas em observações filosóficas ou cimentadas sobre fatos históricos. De todo modo, seja de forma subjetiva e abstrata (filosofia) ou concreta (fato histórico), as sentenças abaixo espelham a embaraçosa ideologia revolucionária que ganhou corpo sobretudo a partir de Lenin. Senão vejamos:

1) “O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja. Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria.” (Frase proferida pelo estadista britânico Winston Churchill)

2) Tanto o socialismo científico de Marx como seu comunismo, que é uma bobagem utópica, não se sustentam. Desde a Revolução Russa de 1917, a tentativa de seu implemento causa miséria nos países. É verdade, ressaltemos, que o comunismo de Marx nunca foi implantado – até porque é inviável e vai contra a natureza humana.

3) Os grandes avanços tecnológicos dão-se no – e somente pelo – capitalismo.

4) A ideologia marxista é responsável por mais de 150 milhões de mortes no mundo, desde a Revolução Russa de 1917.

5) “Não existe almoço grátis.” (Frase adaptada de um ditado popular pelo professor da Escola de Chicago, Milton Friedman)

6) “O melhor programa social é o emprego.” (Frase proferida pelo ex-presidente americano, Ronald Reagan)

7) As políticas socialistas de controle e de intervenção do Estado na economia causam atraso, retrocesso e desemprego.

8) Os fins não justificam os meios revolucionários.

9) Políticos revolucionários não se preocupam com as pessoas, mas sim com a tomada de poder e com a perpetuação nele.

10) O nazismo teve forte influência marxista e apresentou elementos contundentes que o associam às ideias totalitárias de esquerda, conforme posto no texto anterior.

11) O revolucionário Ernesto Che Guevara, idolatrado nas universidades brasileiras, tirava vidas a sangue frio e odiava gays e negros.

12) “Alguns socialistas parecem acreditar que as pessoas deveriam ser números em um computador estatal. Acreditamos que deveriam ser indivíduos. Somos todos desiguais. Ninguém, graças a Deus, é como qualquer outra pessoa, por mais que os socialistas finjam o contrário. Acreditamos que todos têm o direito de ser desiguais, mas para nós todo ser humano é igualmente importante.” (Frase proferida pela ex-primeira-ministra britânica, Margareth Thatcher)

13) A crítica de Marx à mais-valia (que constitui-se como o excedente de produção não remunerado ao operário) é inconsistente. No cálculo desenvolvido em O Capital, o filósofo prussiano não considera diversos fatores que pesam contra o empregador, como os riscos que este corre ao empreender e empregar, por exemplo.

14) O único meio de resolver o problema do preço dos combustíveis no Brasil é a privatização total da Petrobras. É preciso abrir esse mercado. Somente mediante a livre concorrência pode haver algum impacto positivo nos preços. Está na “mão invisível”, teoria do economista escocês Adam Smith (1723-1790) que reconhece uma harmonia orgânica capaz de regular as relações de mercado, a chave para um comércio de combustíveis saudável.

15) “O respeito ao produtor de riqueza é o começo da solução da pobreza.” A afirmativa proferida por Roberto Campos é uma antítese à luta de classes de Marx (sobretudo no que diz respeito à relação empregador versus operário). O gerador de riqueza (o empreendedor) é apresentado – e tratado – pela cultura marxista como um problema.

16) A Suécia não tem nada de socialista. De forma errônea, alguns ideólogos militantes da esquerda citam-na como referência do socialismo que deu certo. Ocorre que a Suécia era um país atrasado social e economicamente até os anos 1990 e se arrastava com uma máquina ineficiente e burocrática, com uma economia semi-socializada. Foi a partir de 1991, com o primeiro ministro liberal Carl Bildtque, que o país alavancou. Com medidas liberais como redução do tamanho do Estado e abertura de mercado, o país desenvolveu-se social e economicamente. Hoje, mesmo com uma carga tributária considerada elevada (42,9% do PIB), a Suécia não tem salário mínimo, tem poucos entraves trabalhistas e consegue promover e aplicar suas políticas sociais não por causa do socialismo, mas sim por causa da sustentação econômica estabelecida sobre o livre mercado. E livre mercado nada mais é do que capitalismo. Há um bom e breve texto que explica isso no site do Instituto Liberal, intitulado “A realidade sobre o sistema sueco” e escrito por João Luiz Mauad.

17) Uma verdade tão óbvia e conhecida por quase todos, que chega a parecer clichê ideológico: todo revolucionário gostaria de viver nos Estados Unidos.

18) O revolucionário quer brincar de socialismo com o dinheiro dos outros. Aliás, Margareth Thatcher disse algo nesse sentido: “O socialismo dura até terminar o dinheiro dos outros”.

19) “O anticapitalismo só se mantém em evidência por viver à custa do capitalismo.” A constatação de Ludwig von Mises, um dos pais da Escola Austríaca de Economia, é tanto assertiva quanto atual. Só há produção de riqueza no capitalismo. Assim sendo, o capitalismo é essencial até mesmo para sustentar a revolução. Não raro, neorrevolucionários usam o Facebook e outras redes sociais, ferramentas capitalistas, como plataformas para expor suas ideias. O socialismo é, por si só, um contrassenso.

20) “É uma ilusão acreditar que um sistema de socialismo planejado pode ser operado de acordo com métodos democráticos de governo.” Mises desmascara uma falácia socialista no que tange ao uso deturpado do termo “democracia”. Não há sistema democrático no socialismo científico de Marx.

21) “O conservador pensa na política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade. O ideólogo, pelo contrário, pensa na política como um instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo transformar a natureza humana. Na sua marcha em direção à utopia, o ideólogo é impiedoso.” (Frase proferida pelo pensador norte-americano Russell Kirk)

22) “Todo direito é casado com um dever. Toda liberdade deve uma responsabilidade correspondente. E não pode haver liberdade genuína a menos que exista também ordem genuína, no reino moral e no reino social.” A constatação, também de Russell Kirk, serve como uma reflexão antirrevolucionária.

Findo por aqui. Se quisesse seguir, no entanto, a lista seria longa.

Referências
https://www.institutoliberal.org.br/blog/economia/a-realidade-sobre-o-sistema-sueco/