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O fim da história: o capitalismo venceu o comunismo?

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O ato final da Guerra Fria foi estabelecido quando a URSS decretou sua dissolução e o regime comunista em vigor desde a revolução de 1917 encontrou seu crepúsculo antes mesmo de concluir 80 anos de existência.

O capitalismo vencia o comunismo de maneira definitiva, porém, diferentemente da crença que se tinha à época, o fim da história não está próximo.

Trinta anos passados do fim daquela que foi a maior encarnação do sistema comunista na história da humanidade, a liberdade que parecia ser tão vitoriosa a ponto de ser celebrada na excelente obra de Francis Fukuyama, O Fim da História, já não tem garantias tão sólidas assim.

Hoje lutar pela liberdade através do liberalismo se tornou uma tarefa hercúlea, uma vez que vemos cada vez mais um crescimento exponencial de uma nova ameaça à liberdade que se tem deixado que ganhe o rótulo de campeã de liberdade por exibir sua capa de defensora dos direitos individuais por cima do seu verdadeiro cerne de autoritarismo.

A derrota do comunismo soviético, embora até hoje negada por setores da esquerda brasileira, não foi o capítulo final da história, e sim o novo capítulo de uma nova história; porém, passamos tanto tempo em clima de “já ganhou” que não nos atentamos às novas ameaças à liberdade, renunciando a um debate no âmbito da preservação do liberalismo político. Voltamos o foco totalmente ao liberalismo econômico, reproduzindo uma crença errônea, ainda do período da Guerra Fria, na qual a liberdade política derivaria de uma ampla liberdade econômica. O fato é que liberdade econômica não derivou em liberdades individuais; a cada dia se tem facilitado a aceitação de restrições a estas últimas.

O livre mercado, por sua eficiência, se tornou um sustentáculo de modelos ditatoriais que outrora teriam falido como a URSS. Porém, não é o livre mercado que tornou estas sociedades fechadas. Estas estavam fechadas muito antes do modelo de livre comércio comprovar sua eficiência amoral já descrita por Milton Friedman.

Por outro lado, sociedades livres do ocidente desfrutam invariavelmente de estruturas de livre mercado em menor ou maior grau. Até mesmo os modelos sociais-democratas nórdicos inspirados nos pensamentos do economista Gunnar Myrdal ocupam posições altíssimas em rankings de liberdade econômica dos mais diversos institutos.

A luta liberal, acomodada ao âmbito econômico por acreditar que esta seria a “fronteira final” do debate político mundial, perdeu todas as vitórias que foram obtidas naquele Natal de 1991 quando os soviéticos decretavam sua dissolução e retiravam do alto do Kremlin, pela última vez na história, a bandeira símbolo da maior ameaça à liberdade humana desde a Segunda Guerra Mundial.

As sucessivas ocupações de temas de debates por blocos progressistas pós-modernos são a mais nova ameaça à liberdade, que muitos liberais ainda estão despreparados para enfrentar – situação notória quando se verificam alianças de cunho político com figuras reacionárias e tão autoritárias quanto os pós-modernos para cumprir seus objetivos egoístas, que em nada refletem os ideais liberais que lutamos para preservar.

O liberalismo contemporâneo ainda necessita de seu “Grande Despertar” para evitar que seja varrido da história tal qual o comunismo soviético fora varrido. As ideias de liberdade mudam apenas de nome e endereço. O que hoje existe sob o nome de liberalismo precisa, mais do que nunca, realçar sua identidade e sua proposta para o mundo moderno.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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