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Os obstáculos para o ensino superior público no país

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O recente anúncio da falência operacional da UFRJ escancarou a realidade que já foi anunciada há tempos, relativa à péssima gestão orçamentária das UFs unida aos cortes que ocorrem desde o governo Dilma. Afinal, quem não lembra quando Dilma cortou 10 bilhões de reais da educação?

A UFRJ demonstra graves sintomas da péssima gestão educacional brasileira, na qual cada vez mais universidades comprometem mais que seu orçamento anual com despesas obrigatórias. Tornaram-se corriqueiras matérias jornalísticas sobre o fato de que mais de 95% do orçamento está comprometido com pagamento de salários, praticamente inviabilizando verbas para reparos estruturais e até mesmo inovações serem patrocinadas. A situação de verbas universitárias chegou a um nível insustentável.

Nem mesmo vivendo a pirâmide educacional invertida no Brasil, é difícil afirmar que as universidades são as mais prejudicadas, afinal, segundo o portal de transparência, a verba do MEC destinada para a educação superior é quase de 30,5 bilhões de reais, a educação básica recebe pouco mais que metade deste valor, 16,3 bilhões de reais. O montante de dinheiro direcionado à educação em geral é alto em comparação aos demais países, refutando a tese da necessidade de mais verba para a educação, visto que investimos 6% do PIB em educação, superando os EUA e o Chile.

A péssima alocação de recursos nas políticas educacionais é hoje o principal obstáculo para manter as universidades operacionais no Brasil, aliado à mentalidade anticapitalista que barra a aprovação de doações privadas e parcerias para patrocinar projetos, representando um grande retrocesso na área do ensino superior.

Outro dado relevante é sobre o quanto o investimento em educação básica pode ajudar a reduzir os custos do investimento em educação superior, estimando que a cada 1 real que se coloca no ensino básico, é possível obter uma economia de 5 reais no superior e ter um retorno econômico de até 10 reais. Isso mostra que seria possível, sim, inverter a pirâmide do investimento em educação no Brasil, aumentar a qualidade do ensino e ainda economizar recursos no processo para realocar em mais políticas públicas.

Porém, hoje, a estrutura elitista da universidade, desde seus vestibulares que praticamente eliminam os alunos de escola pública, tornando a universidade um reduto de desigualdade social. Nem mesmo o uso de cotas consegue resolver esse problema, visto que a universidade por vezes gasta tempo e recursos “reabilitando” alunos em cursos de educação básica como português e matemática.

Tendo em vista a realidade da educação nacional, é triste e lamentável vermos que universidades venham a se fechar pela péssima realocação de recursos públicos em seus investimentos, e que sua demagogia impede de melhorar a situação educacional do país, que frequenta a traseira do PISA desde que o ranking começou a realizar suas pesquisas.

Mais triste e lamentável é o descaso de vermos a opinião pública saudar e celebrar o fechamento de uma universidade por esta ser considerada um “antro de esquerdismo”. Esse tipo de opinião promove o retrocesso e cria espaço para as mais diversas narrativas, como, por exemplo, a de que a mentalidade liberal e conservadora seja “reacionária e retrógrada” a ponto de celebrar derrotas na educação nacional, ao invés de criar uma linha de pensamento acadêmica de direita que possa combater as mentalidades anticapitalistas e “esquerdistas” das universidades.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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