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O Brasil precisa de uma conta sem dívida histórica

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Vivemos em um país lindo, com uma mistura de povos e um mar de oportunidades. No entanto, assim como em vários momentos da história, passamos hoje por um período turbulento. Há, em cada esquina, lutas por classes minoritárias, há “especialistas” em economia, política, medicina, entre outros temas, discursando em redes sociais, verdadeiros donos da razão.

O fato é que movimentos como os que acontecem hoje em dia distanciam cada vez mais uns dos outros. As lutas pelas minorias substituem na prática as virtudes individuais por coerção. Ao invés de estimularmos a independência, a confiança em si mesmo e a cooperação voluntária, impomos a todos leis e ditames, que não atingem a causa-raiz do problema.

Muito se fala sobre uma dívida histórica. Confesso ter um enorme incômodo com essa expressão, pois as únicas dívidas que me cabem são as que, com a minha responsabilidade individual, assumi e consigo comprovar com boletos que chegam todo fim do mês.

Entende-se por dívida histórica a responsabilidade que a sociedade, governos e estados devem assumir quanto às injustiças cometidas por gerações passadas. Não concordo com essa ideia nem com a responsabilidade de pagar essa dívida, até porque ela não foi negociada, não tem limite de juros nem previsão de quitação, muito menos tem a ver com justiça.

Para consolidar esse pensamento, quero trazer uma frase de Friedrich Hayek (em O Caminho da Servidão): “a responsabilidade, não perante um superior, mas perante a própria consciência, a compreensão de um dever não imposto pela compulsão, a necessidade de resolver qual das coisas a que damos valor devemos sacrificar a outras e de aceitar as consequências da nossa decisão – eis a essência de toda regra moral que mereça tal nome”

Hayek fala no trecho acima sobre liberdade e responsabilidade. Reforça o conceito de que nossas ações precisam ser fruto de nossa livre decisão, e não a partir de obrigações. Movimentos cujo objetivo é valorizar/exaltar uma minoria, um grupo de pessoas, não têm a ver com moralidade ou liberdade, por mais que os ideais que os geraram sejam repletos de boas intenções.

Complementando esse posicionamento, estou certa de existem diversas formas de discriminação, como afirma Thomas Sowell (Discriminação e Disparidades). Para tanto, atitudes individuais de respeito e inclusão são mais efetivas do que imposições. Um empresário racista, por exemplo, não deixa de ser racista porque foi obrigado a incluir uma pessoa de cor preta em sua organização. O problema ou situação é apenas mascarado.

Recentemente, durante a olimpíada, a ginasta Rebeca Andrade falou: “Eu sou preta e vou representar todo mundo. Preto, branco, pardo, todas as cores, verde, azul e amarelo. No esporte não tem que ter isso. Você tem que representar todo mundo”. Repostei essa fala em uma rede social, e uma pessoa querida, negra, maravilhosa, Nádia Sá comentou: “Eu cresci aprendendo a me colocar no mundo de forma natural, meus pais sempre me disseram que somos todos iguais e que não poderia aceitar que ninguém me diminuísse ou inferiorizasse. Cresci empoderada no sentido verdadeira da palavra. Essa militância toda não me representa. Só serve para “dividir” ainda mais as raças, as pessoas”. Graças ao trabalho duro do pai, que batalhou para construir a vida, Nádia pôde nascer com boas condições e aprendeu, desde cedo, o poder da responsabilidade individual na construção de um futuro próspero.

Em uma palestra recente, no Seminário de Inverno do Instituto Líderes do Amanhã, o professor Dennys Xavier comentou algo mais ou menos nesse sentido: de que a cor ou ambiente em que nascemos constituem um mero acidente, não escolhemos isso. O que, de fato, determina quem somos são as escolhas que fazemos, os riscos e responsabilidades que assumimos: é disso que devemos nos orgulhar ou não.

Enquanto continuarmos jogando nossas responsabilidades para os outros como dívida histórica, o Brasil será sempre palco de lutas sem fim, sem solução, além de diversos outros problemas que decorrem disso. E então, será que aquela dívida um dia prescreve?

*Amanda Furtado Costa é Associada I do Instituto Líderes do Amanhã.

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