Falta de transparência fez percepção de corrupção aumentar no governo Lula

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Ricardo Vélez Rodríguez afirma que “todo mundo sabe que Lula e o PT fogem da transparência como o diabo da cruz”.

Desde Immanuel Kant, ficou claro, na filosofia política, que a condição para a paz é a transparência. Somente haverá um desarmamento dos espíritos no plano internacional quando todo mundo respeitar o mandamento da transparência: se todos apresentarem, no cenário das relações exteriores, as suas pretensões sem ambiguidades, haverá paz. No entanto, se alguém conservar cartas na manga a fim de surpreender os seus concorrentes, a paz ficará comprometida. O mandamento da transparência é antigo. Aparece já no Evangelho, nas palavras de Jesus.

Todo mundo sabe que Lula e o PT fogem da transparência como o diabo da cruz. O jovem e corajoso deputado gaúcho Marcel van Hattem, dias passados, deixou clara a sua posição a respeito. Frisou o aguerrido deputado: “Está na cara! Toffoli, ministro do STF indicado por Lula, resolveu retaliar quem ousou apontar que a corrupção é um problema que aumenta quando o governo petista, com quem o STF tem um consórcio, está no poder. O IPC [Índice de Percepção da Corrupção] é produzido pela Transparência Internacional desde 1995 e avalia 180 países e territórios. Em 2022, o Brasil ocupava a 94ª posição no ranking. Em 2023, com a volta de Lula e do PT ao poder, passou para a 104ª posição”.

Não adianta espernear e dizer que a Transparência Internacional está manipulando dados. As estatísticas da mencionada organização gozam de credibilidade pelo mundo afora. Se o Brasil caiu nos índices de transparência, é porque o governo Lula, como de praxe, faz questão de ocultar a verdade.

Estamos a nos deparar com mais uma consequência negativa da falta de transparência do lulopetismo nas relações internacionais. Isso é fruto do estado de exceção em que o consórcio Lula-STF nos colocou, com a derrubada da Operação Lava Jato e a rápida libertação do ex-presidente preso por corrupção, que ficou limpo como um anjo da noite para o dia. Com a paródia de mau gosto, o Supremo derrubou uma condenação, na Justiça, que tinha percorrido todas as etapas legais, tendo garantido ao acusado ampla defesa e o exercício do contraditório por parte dos seus advogados.

É preciso que os envolvidos nessa suja trama criem vergonha na cara e tudo se resolva nas instâncias de uma Justiça em que possamos acreditar. Caso contrário, continuaremos navegando nas águas turvas da corrupção e da desconfiança generalizadas, e o Brasil continuará ladeira abaixo pelas pendências da falta de credibilidade e da fraqueza das suas instituições democráticas.

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Ricardo Vélez-Rodríguez

Ricardo Vélez-Rodríguez

Membro da Academia Brasileira de Filosofia e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, professor de Filosofia, aposentado pela Universidade Federal de Juiz de Fora e ex-Ministro da Educação.

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