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O panorama da política atual

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manifestação-spAcostumados com um clima de “fla-flu” político, nossos representantes exaltam disputas dicotômicas de “nós contra eles”, de pobres contra ricos e outras asneiras impregnadas em seus espíritos embolorados. Espíritos esses que também buscam na história até mesmo a absolvição de malfeitos atuais. Nada mais reducionista e falso.

A política não se resume a grupos de interesses. Ao contrário, são os desinteressados que congregam o maior número de pessoas. A ausência de preocupação imediata com os assuntos públicos pode ser debitada aos mais distintos fatores, que vão do desconhecimento à necessidade de empenho em outras tarefas, tais como trabalho e estudos.

No entanto, recentemente, houve uma grande transformação na política nacional: o número daqueles que passaram a também se ocupar das questões transindividuais se multiplicou. Não são apenas as ruas que são preenchidas por pessoas, o debate político transbordou para as redes sociais e se mantém fervoroso até mesmo nos protestos de sofá, os panelaços.  Ou será que a mudança de atitude ocorreu ao contrário? Das redes para a rua?

A segunda hipótese parece mais acurada. A internet possibilitou novas formas de organização. Partidos, sindicatos e outros canais de “participação popular” foram complementados com a possibilidade criada pelas redes. Pessoas comuns não dependem mais exclusivamente de guias oficiais para conduzirem as demandas públicas. Criou-se uma nova ágora.

Os antigos atores, mal acostumados, não escondem em seus discursos a perda do controle não apenas do espaço público, mas, principalmente, do próprio público. As prostitutas político-ideológicas, alimentadas com pão com mortadela e recursos estatais, já não garantem a pseudo-hegemonia de qualquer pensamento. Existe, pela primeira vez, um debate livre.

Desesperados, os políticos tentam novas censuras travestidas de andrajos dos controles sociais de qualquer coisa ou mesmo da disseminação do politicamente correto. Nada parece funcionar, nem mesmo a volta ao passado.

Anistiados no último ano da década de 70, diversos brasileiros perseguidos pelo regime antigo retornaram ao solo nacional. Muitos deles fizeram das disputas democráticas sua nova arena. Tinham um discurso perfeito, pois, afinal, haviam combatido a ditadura e com esta propaganda, desde 1992, assumiram a presidência.

Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma, com suas múltiplas tonalidades rubras, conduziram a política nacional pela senda esquerda. Sempre à esquerda.

Reformas “neoliberais” permitiram um novo discurso do “nós contra eles”. A própria esquerda dividiu-se ou ao menos fingiu tornar mais profundas suas próprias fissuras. O estado, apesar do “tropeço neoliberal”, se manteve com taxas de agigantamento crescentes. Foi, no entanto, durante o período lulopetista que um partido pretendeu se tornar hegemônico e utilizou o estado para tentar não apenas cooptar, mas também para determinar quem eram os representantes e os cidadãos.

A sociedade pareceu reagir e começou a se mostrar.  Em 2013, o povo-massa saíra às ruas, mas se negara a empunhar bandeiras partidárias. A esquerda criara um gigante que não mais respondia aos seus comandos. Era um monstro que parecia insatisfeito com a política em geral, mas que, golpeado por coquetéis molotov, ficara ao menos silencioso. Cogitou-se um plebiscito por uma “constituinte exclusiva”. Tentou-se criar os conselhos populares. Era preciso correr com a implantação dos sovietes modernos. Não houve tempo.

Novas eleições trouxeram os debates de novo para a sociedade. A opinião pública estava dividida e as políticas ditas sociais, somadas às ingerências governamentais, cobravam seu preço. As contas estatais já não fechavam, um novo escândalo de corrupção eclodira e a mentira e a intimidação foram armas na guerra democrática.

Acreditou-se que as eleições limpariam todos os crimes, inocentariam os corruptos e possibilitariam a continuação do projeto autoritário lulopetista.  Porém, após o pleito, a população voltou às ruas. Atônitos, os petistas e seus sequazes recorreram aos seus discursos históricos de demonização do outro.

Só poderiam ser golpistas, órfãos da ditadura, essas pessoas que não aceitavam o seu pedido de mais “direitos”, mais Estado e mais Estado. Simultaneamente, as investigações sobre a corrupção foram expondo a falácia da pretensão ao bem-comum. Os representantes do PT haviam se preocupado principalmente com o enriquecimento pessoal, e o povo, bem, o povo, livre de amarras ideológicas, esconjurou os fantasmas passados, pediu diminuição do patrimonialismo e menos estado. E agora exige uma nova política.

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Patricia Bueno

Patricia Bueno

Graduada em Direito e em Publicidade e Propaganda. Especialista em Direito Constitucional e em Direito Civil e mestranda em Direito Político e Econômico.

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