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O fascismo Rá-Tim-Bum do PT

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Dr-Victor_2Temos sustentado o fato mais do que comprovado de que os que mais fazem barulho em favor da tolerância e da justiça social, eventualmente até abusando do uso da palavra “liberdade”, são os primeiros a abraçar as premissas que conduzem ao “caminho da servidão”. Arvoram-se em amantes das minorias e dos oprimidos, mas se engajam em todo tipo de discurso que fundamenta formas de opressão e coação nos níveis mais extremos. Melhor do que sínteses teóricas, porém, é conferir os registros dos fatos, documentando as misérias morais e políticas que empesteiam nosso cenário atual. As cenas mais lamentáveis e os discursos mais perigosos que temos visto neste Brasil do PT e da crise aguda de valores, infelizmente minimizados por muitos que não conseguem ou não querem enxergar a dimensão do problema, escancaram muito melhor essa verdade que expomos nas linhas de nossos artigos.

A “discussão” acerca da redução da maioridade penal na Câmara, nesta última quarta-feira (10/06), com base no relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF), é exemplo cabal. As aspas se justificam. Manifestantes, em sua maioria evidentemente jovens, claramente militantes idiotizados pelas mais animalescas palavras de ordem das ideologias de esquerda, obstruíram o debate, invadiram, começaram a gritar e provocaram uma confusão tão grande que inviabilizou o prosseguimento da sessão – que, em consequência de um pedido de vista, deverá ser retomada na quarta-feira que vem, sem a presença de mais ninguém que não os debatedores.  Entre os brados excessivamente empolgados que se fizeram ouvir, constava a ameaça aos congressistas: “Fascistas não passarão!”. De fascistas, ao fim das contas, chamavam o próprio povo brasileiro de que, em suas mentes liquefeitas, devem se julgar os maiores defensores!

Com todos os seus defeitos e diante de todos os escândalos que temos presenciado, os parlamentares e políticos ainda constituem, se quisermos sustentar minimamente a importância de uma ordem institucional, os representantes democraticamente empossados desse mesmo povo brasileiro. Em consequência mesma disso, diante da pressão da opinião pública, fortemente favorável à redução, o assunto estava em pauta pelos trâmites adequados. Confundindo, propositadamente, a negociação democrática com balbúrdia e imposição, os invasores, como verdadeiros filhotes de Mussolini, entraram procurando rotular aqueles que, sintonizados com a vontade popular majoritária, defendiam a punição devida a psicopatas de 16 anos. Para proteger as “criancinhas inocentes”, adjetivaram aqueles que levavam a cabo aquela confabulação tão urgente com a alcunha que caberia a eles próprios de forma muito mais adequada. “Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é.” Na prática, como já bem disse Flavio Morgenstern em seu recente artigo “O fascismo está voltando”, o sistema dos sonhos dessas pessoas, e o modus operandi de que fazem uso para atingí-lo, são adornados pela retórica socialista, mas assumem quase todas as conformações do fenômeno fascista europeu.

Especificamente analisando as atuações da legenda que nos governa, temos que o Partido dos Trabalhadores, perpassando suas diferentes alas e facções, tem um corpo metódico francamente fascista em diversos aspectos. O exorbitante apelo às aglomerações barulhentas e às massas esfuziantes, com perda do valor dos sujeitos como indivíduos a partir de sua assimilação pelo coletivo vermelho, é o gênero de estética que o petismo sempre consagrou, e a que agora desesperadamente deseja recorrer quando já vê o seu monopólio das ruas totalmente perdido. Conclamam seus militantes à ação como se conclama um exército – isso quando não se conclama um “exército” literalmente, como Lula fez a João Pedro Stédile e ao Movimento dos Sem-Terra. A postura conspiratória e conivente com todo tipo de regime autoritário é outro ingrediente bastante sugestivo – que ganhou novo capítulo esta semana, quando Dilma disse que sanções da União Europeia ao regime de Maduro na Venezuela seriam “golpistas” e agressivas à América Latina, e Lula esteve reunido com representantes do tiranete em seu instituto, entre eles Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela. Cabello disse ter vindo ao Brasil “por instruções do companheiro presidente”, em missão de trabalho “pela e para a pátria”. Têm-se aí muito ufanismo barato, somado a uma exaltação à latinidade com vistas ao projeto de integração da “Pátria Grande”. São elementos bem típicos do substrato que possibilita um sistema fascista, e que nada têm a ver com um legítimo patriotismo saudável.

A penetração na esfera cultural, consolidando a degradação de valores e referenciais simbólicos e difundindo a mediocridade e o radicalismo, é outro sinal da calamidade. Diante dos vídeos de um debate preparatório para o congresso do PT, ocorrido no último dia 16 de abril, a que assisti apenas agora, encontro um exemplo aterrador no discurso do ator Sérgio Mamberti. Guardo lembranças de sua atuação no programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum, como o simpático tio Vitor. Lamentavelmente, como petista histórico, Mamberti abraça as causas mais intolerantes e esclerosadas. Nesse congresso, passou de todos os limites. Sustentando a reforma política e da comunicação, como todos os presentes – chegou a ser colocado em pauta que isso seria necessário para evitar que a “direita” vencesse eleições e revertesse as medidas do governo petista (que absurdo e quanto amor à democracia!) -, Mamberti comentou as manifestações de 15 de março e 12 de abril na avenida Paulista. Segundo ele, o PT precisa chamar sua militância e fazer consolidada a crença no nobre projeto que eles vinham construindo nesses três mandatos consecutivos (quanto delírio!). Isso porque as ruas foram tomadas por um verdadeiro “convescote de rico”, “uma vergonha”. É um absurdo, pensa Mamberti, que mobilizações populares CONTRA o governo ocupem o espaço público! Nas ruas, apenas os figurantes adestrados do partido! Principalmente se quiserem confusão, porque Mamberti chega ao cúmulo, acreditem se quiserem, de se perguntar onde estão os Black blocks! Para ele, as depredações e o vandalismo desses grupos imbecis, ramos da mesma espécie de onde provêm os invasores da discussão na Câmara, são mais nobres que os clamores civilizados das pessoas que se vestiram de verde e amarelo poucos meses atrás pedindo por um país mais digno. Se algo mais falta para que nos convençamos de que os verdadeiros fascistas são aqueles que enfrentamos em nome de uma nação mais liberal e mais próspera, eu realmente não sei o que é. Sugiro que confiram com os próprios olhos e ouvidos – espero apenas que isso não destrua a sua infância.

 

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

Um comentário em “O fascismo Rá-Tim-Bum do PT

  • Avatar
    11/06/2015 em 1:37 pm
    Permalink

    Ele pede a regulação da mídia, pergunto, ele ainda é empregado da Globo?

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