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O Brasil precisa de agilidade

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O Brasil precisa de agilidade. Não meramente uma agilidade de um adjetivo (“ágil”) que qualifica para flexibilidade ou rápida mudança. Falo do substantivo agilidade. Sim, o nome “Ágil” (ou Agilidade) é utilizado atualmente para representar um movimento que surgiu no final do século passado em busca de mudanças na forma de gerenciar desenvolvimento de uma solução ou um projeto em detrimento de métodos tradicionais. Esse movimento nasceu da necessidade de um método que elimine burocracias desnecessárias, que dê foco ao que precisa ser feito, coloque a medida certa de energia nas ações, dê liberdade aos indivíduos nos projetos e acelere o processo de prototipar (criar soluções), testar, colocar em prática e ampliar aplicação do projeto, gerando alto valor ao cliente.

Em grandes projetos, não é incomum encontrarmos, ao final de sua entrega, um enorme desalinhamento entre expectativa do cliente e valor entregue pelo projeto, atrasos no escopo, custos acima do esperado, desperdícios e uso dos recursos de forma ineficiente. Isso ocorre, por muitas vezes, devido à centralização de poder e da tomada de decisão, falta de autonomia e escuta da voz dos indivíduos, excesso de burocracia e pelo enorme valor que se dá ao sistema e a hierarquias. Quanto maior o projeto, maior a probabilidade de falha e mais complexa se torna a gestão. Ouso dizer que não é nada diferente do que falamos do Estado, quando o vemos como ineficaz, burocrático e dissipador de recursos. Consome recursos que não produziu e não gera valor ao seu cliente: a população. Entrega o que a população não precisa e o que ela anseia não é entregue, e, ainda, sempre com custos muito acima do que se pode pagar, com desperdícios absurdos do dinheiro público, burocracias desgastantes e centralização de poder.

Em projetos, a solução do manifesto ágil passa por quatro pilares: valorizar mais indivíduos e interações do que processos e ferramentas (ou seja, dar o correto valor ao indivíduo); valorizar mais a entrega em funcionamento do que a documentação (pragmatismo e foco no que precisa ser feito); valorizar mais a colaboração com o cliente do que negociação de contratos (organização por colaboração); e valorizar mais a resposta a mudanças do que seguir um plano (liberdade e flexibilidade). Tendo esses pilares em um projeto, haverá espaço para as pessoas desenvolverem soluções e ideias autônomas, há entrega de forma ágil e eficiente e que gera valor ao cliente de forma colaborativa.

Quanto ao que o Brasil precisa, podemos trazer os mesmos pilares sobre uma ótica político-econômica. O primeiro pilar seria valorizar mais o indivíduo do que grupos de interesse e lobby. Dar a certa medida de responsabilidade individual à população, reforçando o compromisso de cada cidadão com os atos e as escolhas individuais, sobretudo as consequências por elas produzidas.

O segundo é ser pragmático quanto ao que precisa ser feito. O Estado limitar sua atuação estritamente ao que precisa ser conduzido por ele e não dissipar energia em outros temas. Basear-se em um Estado de Direto com instituições que formam o governo – leis, agências e agentes – atuando para proteger os indivíduos e seus direitos inalienáveis à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade. Nada mais que isso.

Quanto ao terceiro ponto, temos a valorização da colaboração. Nessa ótica político-econômica, a melhor forma de termos essa colaboração é por meio do livre mercado, sistema social auto-organizado, em que cada indivíduo exerce sua liberdade para trocas de valor de forma voluntária, visando ao benefício individual, sem intervenção coercitiva ou determinações de terceiros.

Por fim, o último ponto é a rápida resposta a mudanças e isso somente pode ser alcançado pela liberdade. Nesse sentido, dar condição aos indivíduos para agirem de forma livre, sem coerção ou compulsão por outrem ou pelo Estado. A liberdade, não meramente no quesito econômico, mas em todos os aspectos da vida do indivíduo.

Se, em projetos, há sucesso por meio da agilidade, quando colocamos valor no indivíduo, foco pragmático no que precisa ser feito, colaboração e liberdade; não é diferente na gestão pública. É notório o resultado de prosperidade em países que tanto admiramos quando há um forte senso de responsabilidade individual pela sociedade, um Estado enxuto e focado, economia de mercado e liberdade econômica e individual. Começar simples e pequeno faz parte do método ágil. Ousar, criar, testar, transformar em um escopo pequeno e depois ampliar para transformar. Façamos deste modelo uma missão para iniciar a transformação a nosso país.

*Alberto Souza Vieira é Associado II do Instituto Líderes do Amanhã. 

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