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Empreendedorismo ou filantropia para o fim da pobreza?

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Recentemente, Jeff Bezos, o bilionário da Amazon, foi alvo de inúmeras críticas depois de virem à tona as doações colossais que sua ex-esposa, MacKenzie Scott, fez a instituições de caridade. De acordo com um levantamento da Forbes, desde o divórcio do casal, em 2019, MacKenzie já doou cerca de US$ 2 bilhões para mais de 1.500 organizações. Na comparação, os críticos apontam que as doações de Bezos são muito pequenas, o que lhe rendeu o epíteto de mesquinho.

Não se pode negar que, sem doações privadas a hospitais filantrópicos, por exemplo, inúmeras pessoas não teriam acesso a exames, tratamentos médicos e cirurgias. Muitos projetos de saneamento básico ao redor do mundo também são frutos de doações particulares, tal qual o programa WASH de Bill e Melinda Gates, que oferece melhorias no fornecimento de água e condições de higiene para o sudeste asiático e África subsaariana.

Acontece que a percepção da utilidade da filantropia é bastante equivocada por parte de muitas pessoas. Não obstante a transformação de muitas vidas se dever à filantropia, ela não substitui as inovações advindas do mercado, que, além de aumentarem a renda, melhoram o padrão de vida e geram prosperidade aos indivíduos. A criação de riqueza é o verdadeiro motor que sustenta a filantropia! Se Bezos não tivesse revolucionado o ecommerce mundial, sua ex não seria capaz de doar bilhões de dólares à caridade. Simples assim.

​Aqueles que acreditam que são o Estado ou a caridade os responsáveis pela erradicação da pobreza fecham os olhos para o fato de que aliviar a pobreza é bem diferente de acabar com ela. Nesse sentido, a entrega de valor por meio da atividade empreendedora e as inovações tecnológicas é que desempenham o maior papel nessa história. Por meio da geração de empregos e acesso a bens de consumo, pessoas ao redor de todo o mundo podem depender cada vez menos da filantropia e das muletas governamentais.

​Outro ponto omitido pelos críticos é a vulnerabilidade ética enfrentada por doações e programas de governo. Não são raros os casos envolvendo corrupção estatal na promoção de políticas assistencialistas e mesmo dentro de instituições de caridade sem fins lucrativos, cuja administração é feita por indivíduos muitas vezes preocupados com os próprios interesses. Basta lembrar o que aconteceu com os US$ 100 milhões doados por Mark Zuckerberg, em 2010, para a reforma do sistema público das escolas de Newark. Pouco tempo depois da doação, descobriu-se que a Fundação para o Futuro de Newark não utilizou os recursos com sabedoria, visto que não houve investimentos significativos nas escolas locais.

Criticar empresários por não doarem seus bens aos necessitados é uma estratégia vil que descarta a retribuição de grandes feitos à sociedade. Se tomarmos a Amazon como exemplo, fica bastante evidente a utilização de recursos e inteligência para tornar mais eficiente e barata a compra (e entrega) de bens a milhões de consumidores. Sem a iniciativa e os riscos tomados por indivíduos como Bezos, nossa sociedade seria consideravelmente mais pobre.

​Embasando essa ideia, um estudo publicado na National Bureau of Economic Research em 2019, por David Byrne (do Federal Reserve Board) e Carol Corrado (Conference Board), chegou à conclusão de que as inovações nos serviços, principalmente digitais, aumentam o excedente de cada consumidor em quase US$ 2.000 (no período de 1987 a 2017), contribuindo com 0,6% ao ano para o PIB americano só entre 2007 e 2017.

A doação de recursos próprios para apoiar a melhoria de condições de vida daqueles em dificuldade é – e sempre será – um ato nobre, mas a melhor forma de tornar uma sociedade mais próspera ainda se encontra sob a coragem e a iniciativa dos que estão dispostos a empreender.

Juliana Bravo – Associada II do Instituto Líderes do Amanhã.

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