Bastiat: meios, fins e as conexões entre setores
Trataremos agora do mais importante economista da segunda geração da escola clássica francesa, Claude Frédéric Bastiat (1801-1850). A partir de elementos retirados de três autores que o influenciaram significativamente; a saber, Jean-Baptiste Say, Destutt de Tracy e Charles Comte, Bastiat compõe sua análise econômica.
Esse autor, porém, foi objeto de um fenômeno curioso, sem precedentes na história da disciplina: nunca houve outro escritor cujo status como economista teórico tenha sido negado explicitamente por tantos comentaristas. Assim como o economista mais importante da primeira geração da escola, Say, fora retratado como mero popularizador de Smith, Bastiat, o autor mais criativo da segunda geração, é representado apenas como um jornalista brilhante, conforme observamos na introdução deste trabalho.
Nesta seção, mostraremos que essa avaliação é fundamentalmente equivocada. Porém, como esse equívoco é bastante difundido, alteraremos um pouco a ordem usual de nossa exposição para apresentar logo de início uma avaliação da Economia de Bastiat, antes proceder com o exame mais detalhado de suas idéias.
Embora a leitura isolada de suas sátiras possa passar a sensação de que se tratam de meras ilustrações da teoria econômica clássica, a inspeção de sua obra como um todo revela que Bastiat não toma a teoria de seu período, em especial a doutrina da escola francesa, como algo dado, mas introduz alterações não negligenciáveis, alterações essas de caráter decididamente teóricas.
*Fragmento de:
Barbieri, Fabio. Escola Clássica Francesa: economia e estado. Tese de livre-docência. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2019.
fbarbieri@usp.br
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