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Transigir com o fanatismo é suicídio

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Israel não está diante de um inimigo que pretenda persuadi-lo de alguma coisa ou que esteja atrás de qualquer barganha. Seus objetivos não são econômicos ou políticos. O propósito dos jihadistas do Hamas é meramente destrutivo. Estão envolvidos numa “Guerra Santa”, justificada unicamente pelo ódio contra os chamados “infiéis”. Sua primeira missão é a completa extinção do Estado de Israel. Do alto de um inabalável sectarismo, enxergam o povo judeu como a personificação do mal em sentido absoluto.

O terrorismo, ao contrário do que muitos pensam, não é a arma dos oprimidos, mas dos intolerantes. Por isso, é algo que deveríamos – ao menos todos aqueles para quem a liberdade é um valor sagrado – combater com determinação, pois transigir com a intolerância e com o fanatismo é suicídio.

O inimigo não é o povo palestino ou o mundo islâmico, mas o voluntarismo ideológico e religioso de jovens fanáticos, muito bem doutrinados e treinados por uma súcia de mentes assassinas. Não é difícil enxergar que este enxame de fanáticos fundamentalistas cresceu à sombra da mais completa e absoluta complacência de um Ocidente paralisado pelo veneno ideológico das viúvas de Marx, cujos sintomas múltiplos vão desde o antiliberalismo até o antissemitismo, passando pelo antiamericanismo visceral.

Essa geração de voluntários tem de ser combatida com firmeza, a fim de impedir o surgimento de uma seguinte e de mais outras, as quais, possivelmente, virão munidas de armas biológicas, químicas e posteriormente até atômicas.

É ingênuo pensar que para eliminar a violência basta não promovê-la ou, no máximo, pedir para que seja evitada, acreditar que bastam boas intenções e apelos emocionais para extirpá-la das relações humanas. A paz deve ser perseguida com energia e, infelizmente, às vezes a violência precisa ser combatida com armas e não apenas com palavras.

Equivocam-se os que acham ser possível evitar o combate ao terrorismo, bem como os que ainda teimam que esta missão seja só de Israel ou dos Estados Unidos. Esta é uma batalha necessária, árdua e prolongada que, repito, deveria ser de todas as nações que ainda preservam a liberdade como um ideal supremo.

Em 2005, num gesto unilateral pela paz, Israel removeu os assentamentos judeus na Faixa de Gaza, empregando até mesmo a força militar contra seus concidadãos, que não concordavam com a iniciativa do governo e insistiam em ficar em suas casas. E o que recebeu de volta? A eleição formal de um partido comprometido com a extinção do “Estado Sionista” e uma chuva diária de foguetes, convenientemente ignorada pela dita Comunidade Internacional.

No entanto, por razões que a própria razão desconhece, bastou que as forças israelenses reagissem, numa ação legítima em defesa de sua população, para que a diplomacia internacional – que não por acaso assiste leniente ao genocídio étnico no “desimportante” Sudão – desse início a um verdadeiro festival de hipocrisia, proselitismo ideológico, antiamericanismo e antissemitismo.

Além de demagógicos pedidos de cessar-fogo, de intensa gritaria pela necessidade de diálogo (como se o fanatismo fosse sensível a argumentos) e de abjetas acusações de “reação desproporcional”, tenta-se a todo custo transformar vítimas em algozes, legitimando-se, de forma indireta, a nojenta estratégia terrorista de usar mulheres e crianças como escudos humanos.

Suponhamos agora, para efeito de argumentação, que Israel cedesse e concordasse com o cessar-fogo ora proposto por diversas entidades multilaterais, a exemplo do que já ocorrera na ofensiva contra o Hezbollah, no Líbano, há dois anos. O que ganharia em troca? Será que desta vez as Nações Unidas sequer tentariam deter o suprimento de armas pesadas para as milícias do Hamas? Que garantias se dariam ao povo israelense de que não será mais alvo dos foguetes provenientes de Gaza, ou de que eles não virão, num futuro próximo, carregados com ogivas químicas e biológicas?

Nenhuma, claro, pois o único direito de Israel, na visão dessa gente, é suportar as agressões mansamente – em nome da grandeza e da pureza da paz, evidentemente. O fato de que se trata de uma nação livre e democrática, sob ataque permanente de grupos comprovadamente apoiados e financiados pelo dinheiro de Estados totalitários, governados por déspotas sem qualquer compromisso com a paz ou o Estado de Direito, pouco lhes importa.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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