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O caso da faixa de pedestre e da liberdade

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Inúmeras pessoas eram atropeladas quando queriam atravessar a avenida na hora do pique.

A comunidade se reuniu, resolveu pintar uma faixa de segurança e colocar sinalização, dizendo que carros e pedestres poderiam circular por ali livremente, cabendo aos pedestres a primazia, seguido das bicicletas, depois dos automóveis, ônibus e caminhões.

No início, todo mundo respeitava as regras estabelecidas. Ninguém queria que prevalecesse a lei do mais forte porque todos, um dia, poderiam passar por ali na condição de pedestre.

Passado um tempo, atropelamentos voltaram a ocorrer e, quando foram ver, identificaram que o carro era do departamento de trânsito e o motorista era o chefe do departamento que decidira por conta própria que as regras da faixa de segurança não se aplicavam a ele.

Os líderes da comunidade, em vez de o demitirem, resolveram instalar um quebra-molas, um radar, uma sinaleira e pediram para o exército fazer a regra da faixa de segurança voltar a funcionar.

O sábio da cidade resolveu participar da reunião onde os munícipes discuririam se as mudanças funcionaram. Todos disseram que sim, menos ele.

Os olhares se voltaram para ele como se ele devesse uma resposta. Ele disse:

“Antes não existia faixa, colocaram uma que só não funcionou porque um dos nossos conterrâneos não compartilhava conosco dos mesmos princípios e valores. Exatamente ele que deveria zelar pelo bom funcionamento daquela regra social. Por covardia, em vez de o penalizarem, resolveram acabar com a liberdade de todos. Pedestres não podem atravessar, mesmo quando não vem carro. É a regra burra tendo primazia sobre a realidade objetiva. Os carros têm que diminuir a velocidade, mesmo quando não há pedestres, por causa dos quebra-molas. E os soldados têm que cuidar da população porque um irresponsável não respeita o que toda a comunidade aceitou. Se é assim, por que gastar tinta nas faixas de segurança se elas não servem para nada. Se a lei do mais forte, aquele que fisicamente se sobrepõe aos mais fracos que ele, prevalece, para quê então regras?”, completou.

Qualquer semelhança com as instituições brasileiras, não é mera semelhança. Ou as regras valem para cada um e cada um as aceita de forma consciente e responsável, ou nos locupletemos todos.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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