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Defendendo o direito do Flamengo de cobrar caro

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BERNARDO SANTORO*

flaatlO Flamengo anunciou nesse fim-de-semana os preços dos ingressos do jogo final da Copa do Brasil, e eles são bem mais caros que os de costume. Segue a lista dos preços:

Superior Nível 2 Norte: R$ 250 (R$ 125 a meia); Inferior Norte: R$ 250 (R$ 125 a meia); Superior Leste: R$ 350 (R$ 175 a meia); Inferior Leste: R$ 500 (R$ 250 a meia); Maracanã Mais: R$ 800 (R$ 400 a meia).

Já há um grande protesto dos torcedores do “mais querido” (não pra mim) clube do Brasil, argumentando que tais preços estão afastando a massa de torcedores e que seriam abusivos. De acordo com o intervencionista CDC, tal interpretação não é só possível, como é a lógica, dentro da ideia de que, para o direito brasileiro, o produtor do serviço não tem plena liberdade de estipulação do preço, devendo se subordinar a teorias abstratas como “função social da propriedade”, “função social do contrato” e “boa-fé objetiva”.

A lotação atual do Maracanã é de cerca de 75.000 pessoas, e por mais que os defensores do intervencionismo econômico esbravejem, uma coisa é certa: se todos os ingressos forem vendidos, o argumento do afastamento de torcedores e dos preços abusivos estarão automaticamente vencidos, pois na prática os torcedores do Flamengo não teriam entendido o preço como abusivo, mesmo pagando sob protestos.

Independentemente dessa argumentação, é da moral do mercado que o produtor do serviço escolha o preço que quer cobrar pelo mesmo, e os consumidores devem decidir se esse preço é justo ou não. Caso o preço não seja, o produtor será punido pelo mercado perdendo dinheiro e clientes. Esse arranjo tem funcionado muito bem em todas as economias avançadas e funcionaria aqui no Brasil também, se esse país fosse sério.

Em um país sério, dada a total inabilidade administrativa dos quatro grandes clubes cariocas, todos já teriam falido há muito tempo, e teríamos uma revolução de eficiência no setor que, por ser protegido pela política, continua gerando prejuízos sistemáticos.

Destaca-se, ainda, que o preço está claramente influenciado pela questão da meia-entrada, outra intervenção indevida do estado na economia, onde o governo decidiu, de maneira autoritária, que clubes devem arcar com o lazer de estudantes, sem nenhuma contrapartida. O resultado é uma enxurrada de carteiras falsas (também patrocinado pelo governo via UNE) que faz com que 80% dos ingressos vendidos sejam de meia-entrada. Como não há contabilidade que resista a tamanha intervenção, na prática os clubes dobram o preço normal dos ingressos. Estudantes acabam pagando o preço normal e não-estudantes sem carteira falsa pagam o dobro.

Lembro também que é evidente que um jogo final de campeonato traz um apelo de mídia e de público diferente de um jogo ordinário, e uma maior arrecadação, em tese, leva a melhores investimentos no time e no clube. Torcedores que reclamam do preço do ingresso não costumam levar isso em consideração. Mais a mais, se não gostou do preço, o torcedor pode sempre optar por ficar em casa. Ao contrário dos tributos, que não tem escapatória, o torcedor, no mercado, pode sempre se recusar a pagar preços que considera abusivos, e usar seus recursos para fins que entende mais nobres, o que demonstra a maior moralidade do mercado frente ao estado.

Boa sorte a ambos os times e que não vença o Flamengo.

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