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Corrupção: A culpa não é nossa!

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A nova prisão de José Dirceu fez a esquerda mais uma vez tentar minimizar seus desvios revivendo o velho discurso de que a corrupção faz parte da cultura nacional, o que me lembrou de uma entrevista que o historiador Marco Antônio Villa concedeu recentemente.

Villa começou bem ao resumir cronologicamente o crescimento do Estado brasileiro, mas caiu no lugar comum ao dizer que a corrupção será minimizada por meio da educação, invocando o Estado como o salvador dos problemas que ele próprio cria e alimenta − o Estado, o maior corruptor de qualquer sociedade, ensinará os cidadãos a serem honestos.

A verdade: A propensão à corrupção é uma característica humana não como desvio de caráter, mas sim como estratégia de sobrevivência. Estratégia utilizada em função da situação na qual cada indivíduo se encontra; e num contexto econômico, todas as situações são moldadas pelo Estado, em maior ou menor grau, dependendo de cada país.

Desde os primeiros dias, os habitantes dessa terra têm que pagar pela permissão para trabalhar, têm que sonegar impostos para conseguir manter seus negócios, têm que procurar atalhos nos labirintos construídos pelo Estado. A existência de despachantes é a mais absurda comprovação. Quem tem dinheiro, contrata um despachante para “agilizar as coisas”. Quem não tem, mofa na fila.

Como os despachantes agilizam as coisas? Com sorrisos? Não… Sabemos que não.

Aos que dizem… “Mas o Estado é filho da sociedade”, respondo: “Um filho que, invariavelmente, volta-se contra o próprio pai”.

A sociedade brasileira é vítima de sua inocência, não de seu mau-caratismo. Inocente por continuar crendo que o Estado a salvará, que um dia anjinhos descerão do céu para ocupar a Presidência, o Congresso e todos os palácios e gabinetes do país. O próprio conceito de funcionalismo público representa muito bem a falácia do indivíduo que trabalha para atender a população. Não! Assim como qualquer outro indivíduo, o funcionário público trabalha em função de si mesmo. Uma vez acolhido pelo Estado, fará de tudo para manter seu salário e seus privilégios. Como o Estado não lhe cobra eficiência, sua ascensão depende de bajulações e a justificativa de sua existência depende da burocracia que ele ajuda a alimentar.

Ao mesmo tempo em que invoca a história para explicar nosso presente, Marco Antônio Villa ignora que a história continua sendo escrita com as mesmas canetas e entre as mesmas linhas tortas. Deslumbrado com a Operação Lava a Jato, o historiador ignora completamente o fato de que o país, a despeito dos escândalos e da crise, vive sob o comando de uma quadrilha que continua dilapidando a economia, aparelhando o Estado e envenenando a sociedade com sua intolerância e com seu ódio; ignora que o atual governo mantém-se de pé com apenas 8% de aprovação popular e que a oposição, ao contrário do que o termo sugere, trabalha mais para preservá-lo do que para depô-lo.

Marco Antônio Villa é contra o PT, sempre que pode o critica, mas foi incapaz de dizer que é o Estado quem cria o ambiente perfeito para a corrupção por meio de sua burocracia, por meio de seu tamanho, por meio de suas empresas e intervencionismo; e que é preciso minimizá-lo para reduzir esse ambiente, afinal, o Estado é gerido por seres humanos propensos a todos os tipos de desvios éticos e morais, não por robôs programáveis.

Infelizmente, muitos críticos do governo acabam favorecendo-o ao dizer que a culpa de nossos problemas também é do povo que vota mal, do povo que também é corrupto. Não! O povo não é réu! O povo é vítima! O povo é obrigado a votar mal. O povo é obrigado a sustentar o Estado. Cada cidadão desse país é obrigado a sustentar pessoas sobre as quais ele nada sabe e sistemas dos quais ele não se beneficia.

O Partido dos Trabalhadores não é obra da sociedade brasileira. O PT é obra de Rousseau, de Robespierre, de Comte, de Marx, de Lenin, de Stalin, de Gramsci e de Castro.

Por que será que nos países onde a burocracia e o papel do Estado na economia são mínimos, os níveis de corrupção são baixíssimos? Porque as pessoas desses países são puras e incorruptíveis? Não. Elas não são corruptas simplesmente porque não precisam ser.

Algumas perguntas: Alguém acha mesmo que comerciantes e empresários gostam de pagar propina? Alguém acha mesmo que comerciantes e empresários vítimas de roubos gostam de pagar uma grana por fora a policiais, para que eles que se esforcem na recuperação do produto do crime? Alguém acha mesmo que donos de estabelecimentos comerciais que funcionam 24 horas gostam de pagar uma grana por fora a policiais para receber uma atenção especial em suas rondas? Qualquer pessoa que trabalha na construção civil sabe que em algum momento um agente do Estado surgirá pedindo uma grana por fora. Seja um micro empreiteiro de bairro ou um grande incorporador nacional, todos são coagidos a contribuir com o sistema que o Estado cria e mantém.

A mesma verdade: Quanto menos um governo tentar intermediar as relações sociais, culturais e econômicas, menor ele será em estrutura e em burocracia, e em consequência disso será muito menos necessário que um cidadão ou empresário corrompa um agente do governo para poder trabalhar.

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

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