Há algum tempo, surgiram denúncias de que a China estava provocando um silencioso genocídio das populações muçulmanas na província interiorana de Xinjiang, quase na fronteira com o Uzbequistão, onde a população local estava sendo aprisionada sem motivos em “campos de reeducação”, um eufemismo para campos de concentração, e várias mulheres passaram a denunciar que estavam sendo submetidas a laqueaduras forçadas, causando uma redução de 50% dos nascimentos da população nativa na região, enquanto severos incentivos a chineses foram dados a quem se mudasse para a região.

Todas essas denúncias vêm sendo ignoradas sumariamente por grande parte da esquerda progressista ocidental, que repetia como papagaios a narrativa chinesa de que estavam perseguindo supostos terroristas e que as denúncias eram nada mais que “propaganda ocidental”.

Porém, bastou o Hamas erguer armas contra Israel que a mesma esquerda, que sumariamente ignorou muçulmanos de Xinjiang, passou a defender os terroristas, acusando o estado de Israel de estar errado ao combater o Hamas. É uma hipocrisia demagógica aberta perante todos nós.

Porque a China, sem nenhum ataque terrorista, ganha legitimidade para “caçar” os supostos terroristas em Xinjiang, mas Israel, notoriamente sofrendo um atentado, perde legitimidade de caçar os terroristas confessos se não por uma absurda demagogia ideológica vigente? Ora, afinal, você confia mais em uma ditadura para promover este combate que em uma democracia? Por que Israel não teria essa legitimidade perante a China, além de pelo que representam?

A resposta todos sabemos, afinal, combater a China não interessa aos ideólogos de plantão, pois implicaria renunciar aos preconceitos ideológicos por princípios, algo que definitivamente não lhes interessa.