O filme A revolução dos bichos foi dirigido por John Stephenson e lançado a primeira vez em 1999, nos Estados Unidos, e é uma adaptação do livro de George Orwell, lançado em 1945 e que leva o mesmo título. Com o formato de fábula, a história é uma clara crítica ao regime totalitarista da antiga União Soviética.

Os animais, protagonistas do filme, são agredidos e maltratados pelo dono da fazenda em que vivem, Sr Jones, que está endividado e abusa do uso de álcool diariamente, negligenciando cuidados e até aalimentação dos bichos.

Esgotados com a exploração e violência dos humanos, os animais são convocados para uma reunião no celeiro, onde o porco Major relata ter tido um sonho em que os animais estariam livres dos humanos. Durante seu discurso, alguns animais mostram-se de acordo com o sonho e a ideia da revolução contra os humanos, enquanto outros simplesmente não entendem. O estopim para a revolta é a morte do porco Major, de forma acidental provocada pelo dono da fazenda. Snowball e Napoleão, outros 2 porcos, assumem a liderança dos animais, organizam a batalha contra os humanos e os animais saem vitoriosos.

Os porcos à frente do movimento propõem, então,sete artigos, uma espécie de Carta Magna, contemplando igualdade e dignidade para todos os animais e tendo como único inimigo o homem. Sem ter nenhuma oposição, a nova ordem entre os bichos é aprovada e deve ser obedecida e respeitada por todos para que possam ter, entre si,um convívio igualitário e justo.

O cotidiano da fazenda passa a ter confusão entre os animais e suas funções. Apesar de serem considerados iguais, não são tratados como iguais. Alguns deles se apresentam como massa de manobra, outros como fiéis escudeiros dos líderes do movimento e até mesmo um deles é colocado na posição de relações públicas. A verdade, então,é manipulada diariamente, fazendo propaganda de prosperidade e felicidade mesmo diante do caos, tristeza e miséria em que os animais vivem.

Com o passar do tempo os porcos líderes do movimento vão alterando os artigos que deram origem à revolta, sempre de acordo com seus próprios interesses. Esses mesmos passam a ter comportamentos humanos, como andar em duas pernas, dormir nas camas dos humanos e consumir bebidas alcoólicas beber. Tais comportamentos eram totalmente criticados pelos próprios animais.

Sem nenhuma oposição o líder Napoleão estipula relações comerciais com humanos e retira o direito ao contraditório, não aceitando argumentos diferentes daqueles que deseja proferir e de atos que quer fazer valer.  

A revolução dos bichos retrata uma época específica da história e mostra de forma clara que o poder pode corromper aqueles que antes eram fracos e que agora têm posição para exercê-lo. Junte-se a isso o fato de que muitos ignorantes tornam-se dominados por governos que praticam intervenções diretas e de forma inflexível.

*Luis Henrique Stanger – Associado Alumni do Instituto Líderes do Amanhã.