No dia 4 de julho de 2024, ocorreu a eleição para o parlamento britânico, na qual o Partido Trabalhista conseguiu maioria absoluta das cadeiras, com 412 cadeiras. Sir Keir Starmer, de 61 anos, é o novo primeiro-ministro como resultado, com uma posição de centro-esquerda para centro. Ele representa uma mudança radical no pensamento do partido depois da saída de Jeremy Corbyn da liderança do mesmo.

Advogado com foco em direitos humanos, Keir Starmer só entrou na política em 2015, não tendo ligações com antigos governos trabalhistas como Tony Blair e Gordon Brown. Ao ser empossado hoje, coloca fim a 14 anos de governo conservador, que deixaram como legado o Brexit e escândalos como o partygate, além de 5 Primeiros-Ministros, David Cameron, Theresa May, Boris Jonhson, Lizz Truss e Rishi Sunak.

Os últimos anos de governo conservador foram marcados por alta inflação – como consequência, aumento do custo de vida britânico, com aumento dos aluguéis e dos custos básicos, sendo tanto consequência do Brexit quanto da pandemia. Isso sem falar da alta migração que bateu recordes, algo que afeta diretamente os eleitores dos conservadores, fazendo-os votarem no Reform UK, liderado por Nigel Farage. Essa divisão de votos acabou por se mostrar vital para a vitória do Labour, pois em vários distritos a direita se dividiu entre conservadores e Reform, fazendo a cadeira acabar com o Labour como mais votado.

No final, os conservadores obtiveram 121 cadeiras e o Reform 4, além do Lib Dem (liberais com uma leve tendência de esquerda), que obteve seu melhor resultado da história com 71 cadeiras, e, por fim, o SNP (Partido Nacional da Escócia) derreteu, obtendo 9 cadeiras, com perda de 38 cadeiras, o que representa um enorme golpe na pretensão de independência escocesa.

A derrota do governo mostra mais descontentamento com o atual governo do que uma tendência de migração massiva à esquerda britânica, visto que, em vários distritos trabalhistas, o Reform, partido de Nigel Farage, ficou em segundo lugar na preferência.