Recentemente me percebi em um estado de consciência de frustração. Um gestor, um executivo, um cidadão, um indivíduo frustrado.

Frustação por ver uma importante operação logística no estado paralisada por mais de 40 dias por manifestações sociais de povos tradicionais que pleiteiam auxílios indenizatórios a uma empresa impactando diversas outras da economia capixaba.  

Frustração pelo ativismo judiciário brasileiro que corrói os princípios do direito natural à propriedade privada e desmorona o Estado de Direito fomentando o monstro da insegurança jurídica no país.

Frustração por ver a atuação do consórcio midiático aloprado em defender uma democracia unilateral, com postura cega e enviesada.

Frustração por ver insuficiência de um debate de ideias saudáveis na política, um louvor ao populismo, defesas demagógicas de políticos autoritários e de atrocidades coletivistas.

Senti-me frustrado pela inação, por um sentimento de impotência beirando a castração. Senti-me frustrado por ver um Brasil com 200 anos acima da lei. E logo vem um sentimento com que muitos se identificam: alguém precisa fazer alguma coisa.

Lembro-me do mineiro Samuel Rosa que cantava sobre a indigna inação, dizendo que “A nossa indignação é uma mosca sem asas. Não ultrapassa as janelas de nossas casas”. Caio na realidade: não posso terceirizar essa ação. Não posso ter apenas uma postura de inação. Afinal, posso até ignorar a realidade, mas não posso ignorar as consequências de ignorá-la.

Logo me lembro de minhas conversas com psicólogos e coach de um gestor que busca um propósito de transformação. Resgato que meus sentimentos definem os meus pensamentos, e meus pensamentos definem meu comportamento, minhas ações e essas ações externam os resultados. Então, se espero um resultado diferente em nosso país, é preciso canalizar esse sentimento de frustração, não em pensamento de impotência, e sim em transformação, em um pensamento de mudança e desenvolvimento. Como eu posso fazer diferença? Como eu posso ser agente de transformação da mudança? Como eu posso me desenvolver como indivíduo e aqueles que me cercam?

Claramente me vem a resposta: Instituto líderes do amanhã; aqui faço parte da construção de um legado de formação de jovens lideranças sendo protagonista em postura baseada nos valores do livre mercado, da responsabilidade individual, do Estado de Direito, de propriedade privada e da liberdade. Então, como indivíduo, posso potencializar esses valores por onde passo, seja no Espírito Santo em Ação, seja na empresa em que trabalho ou na atuação de desenvolvimento de outras lideranças pelo empreendedorismo e na condução de portfólio de projetos de desenvolvimento socioeconômico no norte do estado.

Por mais que possa parecer um trabalho ínfimo frente ao tamanho do desafio, é atuando na causa raiz que se solucionam problemas. Formar indivíduos com valores. Pessoas que não estarão acima da lei. Como diria Margaret Mead, “Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.”

Ou mesmo como diria Ayn rand, “Aquele que luta pelo futuro vive nele, hoje.” Então, transformemos esse sentimento de frustação em comportamento de eterna vigilância pela liberdade, de constante luta pelo Estado de Direito, pela defesa do livre mercado.

Assim, veremos o poder de transformação de um indivíduo engajado e baseado em valores sólidos, saindo da frustração, da indigna inação para a ação de transformação.

Alberto Vieira – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.