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Isso é coisa de liberal?

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Os liberais são invariavelmente acusados pela esquerda de defender os interesses do empresariado.  Grosso modo, a tese deles é que, num mercado livre e desregulado, os empresários inescrupulosos e gananciosos tirarão proveito de seu poder econômico para abusar de trabalhadores e consumidores.  Na sua cabeça, por serem mais poderosos, os capitalistas, sem o policiamento do governo, sugarão a força de trabalho dos proletários e explorarão os pobres consumidores com preços abusivos.  Nunca compreenderam que a melhor estratégia de defesa de consumidores e trabalhadores é justamente o aumento da competição, o que só é possível quando há pouca interferência do governo.

Eles ignoram também que é muito mais fácil e econômico para os grandes conglomerados investir em lobby e rent-seeking do que em complexas estruturas de produção e distribuição que visem à redução de custos e preços, única forma de sobrevivência das empresas em mercados altamente competitivos.

Infelizmente, os governos petistas levaram o chamado “capitalismo de compadrio” às últimas conseqüências.  Embora tenha sido eleito com o discurso de “governo dos pobres, para os pobres”, os grandes beneficiados das suas políticas foram, em larga escala, os grandes conglomerados.  Pelas minhas contas, desde 2009, as fartas benesses do governo ao setor privado tupiniquim – e falo somente daquelas que estão contabilizadas e formalizadas nas contas públicas – já ultrapassaram a marca de R$ 1.000.000.000.000,00 (um trilhão de reais).

Não leitor, você não leu errado.  Se somarmos apenas o valor total das chamadas desonerações tributárias – destinadas a determinados setores industriais escolhidos a dedo, mas suportadas pelos demais contribuintes, já que não houve, no período, qualquer redução da carga tributária total – e os créditos subsidiados do Tesouro, via BNDES, aos amigos do rei, já chegaremos a esse número com sobra.  Isso sem sequer mencionar a montanha de dinheiro fácil obtida pelos grandes empreiteiros nas “concorrências” viciadas da Petrobras, atualmente investigadas pela Operação Lava-jato.

A diferença entre liberais e esquerdistas/intervencionistas é essa: nós somos pró-mercado; eles são pró-empresas. Ser pró-mercado é defender o empreendedorismo, a competição, a desregulamentação e tudo que diga respeito à defesa dos interesses dos consumidores – abundância de produtos e serviços e preços baixos.  Ser pró-empresas é defender os interesses das empresas estabelecidas, ainda que ineficientes.

Como escrevi alhures, o capitalismo de livre mercado (o verdadeiro!) é muito arriscado, pouco previsível e totalmente incontrolável.  Esse modelo, embora possibilite uma acumulação coletiva extraordinária de riqueza, está longe de ser um caminho seguro para o sucesso individual.

Justamente por isso, quem está no topo costuma ter verdadeira compulsão por tentar fazer parar a roda da fortuna. Na perseguição deste objetivo, utiliza vários estratagemas para manter seus negócios livres do risco e, principalmente, da concorrência.  Sua melhor arma, na perseguição desse objetivo, sem dúvida nenhuma, é o conluio com o governo.  Por conseguinte, quanto mais poder e dinheiro dermos para o governo, maiores as possibilidades de extrair benefícios via rent-seeking.  Alguns ingênuos acham que o cachorro é o melhor amigo do homem, mas isso é falso. O melhor amigo dos homens, pelo menos dos muito ricos, é um governo intervencionista.

A esquerda, em geral, e o PT, em particular, aprendeu a comprar os valiosos votos dos pobres com pequenas esmolas, como Bolsa Família, e uma retórica calcada no vitimismo e na luta de classes (Lula, por exemplo, é um craque nisso). Já a verba para a manutenção do poder provém de seu compadrio com os ricos, o que, como vimos acima, é muito mais caro e perverso para toda a nação.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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