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A ditadura do Estado Novo e a semelhança com o período atual

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Em 1937, o Brasil vivia a expectativa de uma eleição sob a égide da Constituição de 1934. Getúlio Vargas e seus aliados, incluindo militares como Dutra e Góis Monteiro, não queriam ver mudança; não queriam sequer o candidato situacionista, José Américo. Forjou-se então, descaradamente, editando-se um documento de natureza hipotética, o Plano Cohen, uma suposta estratégia bem elaborada dos comunistas para tomar o poder. Em nome da necessidade de defender a nação dos subversivos que queriam matar todas as autoridades, Vargas simplesmente continuou no comando e oficializou a ditadura do Estado Novo.

Havia comunistas no Brasil? Sim. Comunistas são naturalmente inimigos da democracia, das instituições, da mínima ordem? Sim, sem dúvida alguma. Amam a ideia de revolução? Sim. Havia alguma materialidade de uma ameaça iminente de que subvertessem as instituições brasileiras, justificando um estado de exceção dando plenos poderes, no caso, ao presidente da República?
Absolutamente nada. Era apenas uma peça de propaganda para legitimar o arbítrio efetivamente consumado e que já estava em plena preparação.

A submissão à narrativa dominante leva muitos a serem idiotas úteis a ponto de não perceberem as semelhanças com o período atual. Havia bolsonaristas – pessoas, CPFs, não uma grande organização paramilitar ou coisa que o valha – desejando e até clamando por uma revolta pela força? Sim; não sou tolo. Ninguém vai com faixa de “SOS Forças Armadas” aos quartéis pedir impeachment.

Minha posição sobre essas manifestações na época foi clara: elas não tinham efetividade e não levariam a nada de bom, como não levaram. Porém, materialmente, o que houve em 8/1 foram atos de invasão e vandalismo, como o MST já havia feito – até pior – anos antes, sem a menor capacidade de ameaçar a República. Já a censura e o autoritarismo que vêm sendo implementados, superexplorando a “terrível ameaça fascista” que nunca existiu, são bem reais e ameaçam hoje, mais do que qualquer outra coisa, a minha e a sua liberdade.

Se você não entendeu isso, você não entendeu nada e só quer posar de iluminado e atacar moinhos de vento enquanto é alvejado por tiros. Não conte comigo para isso.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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