fbpx

Mudança, inovação, e a gerência intermediária

Print Friendly, PDF & Email

Ao nível pessoal, 2023 foi um ano de muito aprendizado. Embasado em muitas experiências de consultoria empresarial, há, seguramente, alguns “achados” muito interessantes, embora não sejam grandes novidades.

Um consultor empresarial é contratado para diagnosticar e auxiliar uma organização na solução de problemas, visando a melhoria do desempenho da empresa. Em tese, quando os executivos principais demandam um consultor empresarial, esses desejam mudar processos e inovar dentro e fora organização.

Na realidade objetiva, nem sempre é assim. Um passo para frente, dois para trás. Muitos têm medo da mudança, e da respectiva “desacomodação” na estrutura, especialmente, na liderança/gerência. Em especial, em pequenas e médias empresas, há muitos vínculos emocionais envolvidos, relacionamentos de todas às ordens e, claro, viesses de percepção.

Numa situação de avaliação dos eventuais pontos fortes e/ou diferenciais competitivos da empresa, e de suas fraquezas, é interessante destacar que, normalmente, abundam pontos fortes, e pouca ênfase é dada as debilidades existentes, mesmo em uma circunstância de desempenho aquém do esperado.

Surpreende, embora pareça básico, o nível de desconhecimento que as empresas possuem de seus concorrentes. Evidente, não é suficiente conhecer, mas, sobretudo, é vital agir para neutralizar as forças que esses possuem, buscando ações efetivas para se diferenciar desta competição.

Para análise da viabilidade de novos projetos, tenho recomendado a técnica “pré-morte”. Essa envolve reunir a equipe e visualizar falhas em alguma iniciativa que se deseja implementar. Busca-se identificar possíveis problemas e as respectivas causas – num olhar retrospectivo -, e maneiras de solucioná-las.

Neste contexto, há duas questões fundamentais a serem ditas. Primeiro, por vezes, existe muita complacência dos principais executivos em buscar aprimorar e inovar, de fato, investindo recursos, alterando processos – e pessoas -, e apostando racionalmente no aprimoramento do tema em questão. Segundo, parece-me que o grande imbróglio está mesmo na gerência intermediária.

Muito embora muitos “gurus” preguem o desaparecimento dessa função, em pequenas e médias empresas, eles são a pedra-angular para fazer as “coisas acontecerem” – ou não.

Mudanças em processos e inovações não acontecem em razão da inoperância e do bloqueio de tais gerentes. As empresas necessitam transformações e inovações, porém, esses gerentes rejeitam a mudança. Eles são temerosos, não desejam correr riscos.

Somos seres humanos distintos. Não creio que seja possível generalizar sobre a tomada de riscos por parte das pessoas. Elas avaliam, subjetivamente, custos versus benefícios de uma determinada iniciativa.

São vários os fatores que levam um indivíduo-gerente a assunção de riscos, ou seja, suas experiências pessoais, circunstâncias, e a sua própria posição em uma organização.

Entretanto, é fundamental sensibilizá-los quanto a premência da mudança, e/ou mudá-los.

É essencial que os executivos principais detalhem os motivos para as fundamentais mudanças, que existam treinamentos sistemáticos para esses gerentes, e que esses sejam encorajados a correrem riscos para mudar e inovar, tendo a segurança que se o fizerem, suas posições não serão prejudicadas.

Sem a transformação da mentalidade da gerência intermediária, pouco – ou nada – poderá avançar. Os gerentes precisam estar qualificados para os novos desafios, e acreditarem que são capazes de encará-los de frente. Precisam sentir que as mudanças planejadas melhorarão os resultados organizacionais, e as suas próprias condições.

Os mercados são, e sempre serão, turbulentos para empresas de todos os portes. Compulsoriamente, a única coisa constante é a mudança e, portanto, a necessidade de fazer mais, melhorar, mais rápido, com menores custos, enfim, a necessidade de se aperfeiçoarem processos e de se introduzirem inovações.

Importante enfatizar que inovações não dizem, necessariamente, respeito àquelas transformacionais. Em pequenas e médias empresas, a inclusão de mudanças incrementais em processos, produtos e/ou serviços, sejam em características de produtos, estilos, cores, formas, tamanhos, variedade, funções, atendimento e abordagem de venda, logística de entrega, configurações do ponto de venda, sistema de gerenciamento de metas, introdução de reuniões estratégias, enfim, seguramente trarão benefícios internos para a empresa, e melhorias para os clientes.

Não há mais como se afastar das mudanças e da necessidade de melhorar processos e inovar. Para tanto, é condição “sine qua non” que, especialmente, a gerência intermediária seja impulsionada a assumir riscos, a fim de mudar, tendo o lastro e o genuíno comprometimento dos principais executivos de uma organização.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

Pular para o conteúdo