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Como diminuir o tamanho do Estado?

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Em meio a um cenário de constantes discussões sobre a alta carga tributária do Brasil e a reforma tributária em andamento, é comum se deparar com debates que focam exclusivamente na receita do Estado. No entanto, é essencial destacar que o verdadeiro tamanho de um governo se mede pela sua despesa, não pela quantidade de recursos que ele arrecada. Infelizmente, esse equívoco é uma falha comum no debate público e pode levar a soluções inadequadas para os problemas enfrentados pelo país.

A carga tributária brasileira é indiscutivelmente elevada, e tal fato não pode ser ignorado. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os brasileiros gastam, em média, 151 dias por ano apenas para pagar impostos. Esse número alarmante revela a pesada carga que recai sobre os cidadãos e as empresas, afetando a competitividade e a capacidade de investimento do país.

Contudo, é fundamental entender que a causa raiz dessa elevada carga tributária não reside apenas na arrecadação em si, mas sim nas despesas do governo. Um Estado que demanda e gasta excessivamente recursos terá inevitavelmente que buscar mais receitas para financiar suas operações. Portanto, é imperativo direcionar o foco do debate para o lado dos gastos públicos.

Para mensurar o tamanho real do Estado, é necessário analisar a extensão de suas despesas governamentais, ou seja, onde o dinheiro dos contribuintes é, de fato, aplicado. Cortar gastos e otimizar a utilização dos recursos públicos é uma medida crucial para garantir a sustentabilidade fiscal e promover um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico.

Existem diversas maneiras de promover essa redução de despesas e tornar o Estado mais eficiente. Um primeiro passo é melhorar a gestão dos recursos, e buscar maior transparência e controle sobre os gastos. A implementação de tecnologias e processos mais eficazes na administração pública pode resultar em economia e evitar desperdícios.

Outra medida relevante é a privatização de estatais deficitárias que consomem recursos do tesouro. Muitas empresas estatais, ao invés de contribuírem para a arrecadação do Estado, acabam gerando prejuízos e se tornando um ônus para a sociedade. A transferência dessas empresas para a iniciativa privada pode trazer mais eficiência e competitividade ao setor, além de aliviar os cofres públicos.

Além disso, uma reforma administrativa profunda se faz necessária para promover a modernização do Estado, adequando-o às demandas e aos desafios do século XXI. A revisão de estruturas, cargos e salários do funcionalismo público é uma medida importante para garantir que o serviço prestado seja de qualidade, sem que isso implique em um aumento descontrolado da despesa.

É importante ressaltar que reduzir a despesa governamental não significa necessariamente diminuir a qualidade dos serviços públicos. Pelo contrário, trata-se de buscar maior eficiência e racionalidade no uso dos recursos, de forma a garantir que as necessidades da população sejam atendidas de maneira adequada.

É necessário redirecionar o debate público sobre o tamanho do governo no Brasil. Ao invés de se concentrar exclusivamente na carga tributária, é essencial priorizar a discussão sobre a despesa governamental. Somente com um esforço conjunto para cortar gastos desnecessários, melhorar a gestão pública e promover reformas estruturais, será possível construir um Estado mais enxuto, eficiente e, consequentemente, mais justo e próspero para todos os brasileiros.

*Luan Sperandio – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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