Transformação econômica: as lições da Estônia
O Brasil pode aprender valiosas lições com a experiência da Estônia, um país que passou por uma notável transformação econômica ao adotar valores fundamentais do liberalismo. A ótica liberal, com base nos princípios da liberdade, responsabilidade individual, estado de direito, propriedade privada e economia de mercado, oferece uma visão sólida para o desenvolvimento econômico sustentável e a prosperidade.
A economia austríaca, com suas teorias robustas, também pode fornecer reflexões relevantes sobre os caminhos para o progresso econômico. Autores como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, importantes expoentes da Escola Austríaca de Economia, trazem contribuições fundamentais para a compreensão dos mecanismos do livre mercado e da importância da liberdade individual na busca do bem-estar social.
A Estônia, após o colapso da União Soviética, enfrentou a oportunidade de reconstruir sua economia e instituições a partir do zero. Optou por abraçar os valores liberais, adotando reformas baseadas na liberdade econômica. Um dos pilares desse processo foi a privatização das estatais, inspirada por ideias defendidas por Milton Friedman em seu livro “Livres para Escolher”. A transferência da propriedade para o setor privado permitiu o florescimento da iniciativa empreendedora e da eficiência operacional.
No mesmo sentido, a liberdade individual é uma característica-chave dessa transformação. A Estônia compreendeu que a prosperidade surge quando os indivíduos são livres para buscar seus interesses pessoais e empreender, sem excessivas amarras burocráticas. Essa liberdade se estende ao ambiente de negócios, onde a minimização de regulações excessivas promove a inovação e a concorrência.
Não obstante, o estado de direito é outro princípio vital que a Estônia incorporou em suas políticas públicas. Uma justiça independente, imparcial e acessível proporciona a segurança necessária para que as pessoas se envolvam em transações comerciais com confiança. A confiança no sistema legal incentiva o investimento e o desenvolvimento de negócios, e impulsiona o crescimento econômico.
Em continuidade, a valorização da propriedade privada é uma pedra angular do liberalismo econômico e uma premissa da economia austríaca. Autores como Ludwig von Mises, em “Ação Humana”, defendem a importância da propriedade privada para a eficiência econômica e a alocação de recursos. A Estônia reconheceu a relevância desse princípio e assegurou a proteção dos direitos de propriedade, o que incentivou investimentos e o desenvolvimento de um mercado imobiliário estável.
Não menos importante, a economia de mercado é a base da transformação estoniana. Inspirada nas ideias de Friedrich Hayek, em “O Caminho da Servidão”, o país adotou políticas que estimularam a competição, a inovação e a eficiência. A abertura ao comércio internacional trouxe novas oportunidades e permitiu a integração na economia global.
Entretanto, é importante reconhecer que a aplicação desses valores exige uma abordagem adaptada às características nacionais de cada país. O Brasil enfrenta desafios distintos da Estônia, como a corrupção sistêmica e uma burocracia complexa. Além disso, o Brasil é uma economia de proporções continentais, com questões estruturais que requerem uma análise cuidadosa.
Adotar valores liberais não significa uma solução única para todos os problemas, mas é uma estrutura sólida para o desenvolvimento econômico sustentável e a promoção da prosperidade. Inspirar-se na experiência estoniana e nas teorias da economia austríaca pode fornecer reflexões valiosas para o Brasil encontrar seu caminho rumo ao crescimento econômico.
Em suma, a trajetória da Estônia, ao abraçar os valores do liberalismo, como a liberdade, responsabilidade individual, estado de direito, propriedade privada e economia de mercado, destaca como esses princípios podem ser fundamentais para a construção de uma economia próspera.
*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.