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A razão, o medo e a fé na avaliação de riscos

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A avaliação dos riscos está em toda a parte, seja na vida pessoal, nos negócios ou nas decisões de investimento. Ela envolve a análise de probabilidades e consequências, sendo muitas vezes influenciada pelo medo ou, em outros momentos, pelo estado de euforia ou fé. O medo pode levar as pessoas a superestimarem a probabilidade de eventos negativos ocorrerem, o que pode causar decisões excessivamente cautelosas ou até mesmo paralisia. Por outro lado, a fé pode levar as pessoas a subestimarem os riscos, confiando em sua crença inabalável de que tudo dará certo.

Napoleon Hill é amplamente conhecido como um dos grandes pensadores da autoajuda, e um de seus conceitos mais marcantes é a relação entre medo e fé. Segundo Hill, medo e fé são os opostos extremos de um mesmo espectro: onde há medo, não pode haver fé, e onde há fé, não pode haver medo. Essa ideia parece bastante intuitiva, mas é possível aprofundá-la e conectá-la com outros conceitos importantes.

Já Nassim Taleb, autor de obras como “A Lógica do Cisne Negro” e “Arriscando a Própria Pele”, apresenta a fé como um obstáculo para o exercício da razão, porque a razão se baseia na observação e na experiência, enquanto a fé se baseia na crença inabalável em algo sem evidências concretas. Em outras palavras, a fé pode ser uma forma de negar ou ignorar a realidade, o que pode levar a consequências perigosas ou desastrosas.

Porém, essa perspectiva não precisa ser entendida como uma crítica à fé em si mesma, mas sim como um alerta para o perigo de se confiar cegamente em crenças sem questioná-las ou testá-las empiricamente. É possível ter fé em algo sem abrir mão da razão, desde que sejam utilizados métodos adequados para avaliar a veracidade das crenças.

Além desses autores, é interessante relacionar esses conceitos com a ideia de razão de Ayn Rand, autora de obras como “A Revolta de Atlas” e “A Nascente”. Para Rand, a razão é a faculdade humana mais importante, pois é ela que nos permite compreender a realidade e agir de forma consciente e produtiva. A razão é a base da ciência, da tecnologia e da filosofia e, sem ela, estaríamos condenados à ignorância e à superstição.
Nesse contexto, podemos entender o papel da fé e do medo como elementos que podem limitar o exercício da razão. O medo nos impede de agir de forma racional, pois nos faz recuar diante do desconhecido ou do incerto. A fé, por sua vez, pode nos levar a aceitar dogmas ou autoridades sem questionar, o que pode restringir nossa capacidade de avaliar a realidade de forma crítica e autônoma.

Contudo, é difícil afirmar a possibilidade de ausência de medo ou fé pois, para todo risco avaliado, espera-se um retorno, e essa relação é probabilística. Logo, a razão surge como um balizador na hora de avaliar as proporcionalidades de retorno para um determinado risco. É a razão quem deve avaliar se há uma simetria de risco x retorno (a regra de ouro, de Taleb) ou se há uma assimetria. No caso de uma assimetria, se ela é positiva, ou seja, se há mais retorno que risco (a regra de prata, também de Taleb), ou se há mais risco que retorno (nesse caso, fuja!). Após essa análise, a probabilidade de risco e de retorno pode ser dada em termos percentuais, em que a chance de sucesso e a chance de fracasso totalizam 100%. É inevitável dizer que, mesmo em uma relação assimétrica em que há 90% de chance de sucesso e 10% de fracasso, é preciso ter fé que os 90% irão se concretizar.

Isto posto, fica claro que é fundamental encontrar um equilíbrio entre medo, fé e razão na avaliação dos riscos e na relação risco x retorno. É preciso superar o medo paralisante e a fé cega, e utilizar a razão para avaliar os riscos e as oportunidades de forma objetiva e crítica, baseando-se em evidências empíricas e em análises cuidadosas. Dessa forma, é possível tomar decisões informadas e alcançar o sucesso em diversas áreas da vida.

Jhonnilo Cunha – Associado II do Instituto Líderes do Amanhã.

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