Como construir a opinião pública
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Desde o início da campanha que lançou a Petrobras onde todos os cidadãos foram, compulsoriamente, transformados em acionistas, boa parte dos brasileiros ignora que o petróleo é uma “commodity” como são a soja, o minério de ferro e outras tantas mercadorias. “O petróleo é nosso” é uma bandeira que sempre nos obrigou a comprar gasolina e diesel a preço político.
Governantes brasileiros ignoram totalmente os preços internacionais do óleo – para baixo ou para cima – e politizaram os combustíveis. Os resultados da Petrobras sempre foram um mistério. Não raro, ex presidentes e ex diretores enriquecem muito além de suas(s) eventual(ais) poupança(s) salarial(is). Mas, além disto tudo, a Petrobras – que já foi obrigada a concorrer para exploração de novos poços marítimos de petróleo – teve e vem tendo, como acontece com todos os que prospectam ou exploram no mar, problemas com vazamentos.
Recentemente, houve um verdadeiro escândalo com um vazamento de um poço da Chevron no qual a empresa é sócia da Petrobras. O vazamento foi transformado em um escândalo. Nesta semana, a Petrobras informou o segundo vazamento consecutivo na mesma região, em campo vizinho ao explorado pela Chevron. A ANP – Agência Nacional do Petróleo não fez escândalo e tem tratado do assunto como um risco normal do trabalho exploratório. A ANP pouco se pronunciou. Também, pudera: a diretora-geral da Agência, Magda Chambriard, é funcionária (aposentada) da Petrobras. A opinião pública, neste caso, não precisa de satisfações nem o explorador (a Petrobras), de advertência. Fica tudo em casa.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
N.E. – Em tempo:
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