Quando as garotas se destacam, o que acontece com os rapazes?
NCPA *
As mulheres, hoje, entram na fase adulta com mais educação, mais conquistas, mais posses e, talvez, mais dinheiro e ambição do que seus homólogos masculinos. Este é um precedente histórico e suas implicações para ambos os sexos estão longe de serem simples, afirma Kay Hymowitz, membro da Fundação William E. Simon, do Manhattan Institute.
Podem-se notar sinais evidentes de que os meninos e rapazes estão ficando para trás nas turmas de ensino médio e faculdade.
- Os meninos têm médias de notas e notas mais baixas em quase todas as matérias, inclusive em matemática, a despeito de sua pontuação mais elevada em testes padronizados; além disso, hoje eles já são 58 por cento da evasão escolar no ensino médio.
- Em meados dos anos 1970, 28 por cento dos homens tinham graduação universitária; desde então este número ficou praticamente estável.
- Enquanto isso, o percentual de mulheres com graduação universitária aumentou de 18,6 para 34,2 por cento e as mulheres agora já são 57 por cento das graduações universitárias.
- Os salários masculinos passaram a refletir sua desvantagem educacional – homens de vinte e poucos anos, sem filhos, agora ganham 8 por cento menos do que suas homólogas femininas em 147 das 150 cidades americanas pesquisadas.
Portanto, o que explica esta mudança impressionante entre os sexos? As raízes mais profundas do sucesso atual das mulheres residem nas mudanças econômicas e tecnológicas.
- Nas primeiras décadas do século XX, uma “revolução familiar” aliviou dramaticamente os encargos domésticos originalmente atribuídos às mulheres.
- A liberação das mulheres das penosas e maçantes tarefas domésticas coincidiu com o surgimento do mercado de trabalho pós-industrial, compreendendo um número crescente de empregos baseados no conhecimento e no setor de serviços – área em que as mulheres se destacaram.
A segunda teoria que explica por que os homens estão ficando para trás é a de que o mercado de trabalho hoje valoriza mais os pontos fortes do sexo feminino do que os pontos fortes do sexo masculino.
Hymowitz acrescenta uma terceira explicação, mais existencial, para o problema masculino. A independência econômica das mulheres e o colapso das normas do casamento privaram os homens do papel social fundamental que tinham e que os incentivava em sua realização. Isto significa que os meninos hoje estão crescendo em uma cultura que, diferente de qualquer outra na história da civilização, é agnóstica a respeito de suas responsabilidades futuras com relação à família.
Reformas educacionais à parte, que poderiam ajudar os meninos a ficarem mais motivados, a nova defasagem sexual não tem soluções óbvias. As profundas mudanças econômicas que conduziram ao sucesso das mulheres e à estagnação dos homens também transformaram nossa cultura e suas expectativas a respeito do sexo masculino.
Fonte: Kay Hymowitz, “What’s Happening to Men?” Cato Unbound, August 8, 2011.
Texto na íntegra:
http://www.cato-unbound.org/2011/08/08/kay-hymowitz/whats-happening-to-men/
*Texto condensado pelo National Center for Policy Analysis – NCPA, organização com base em Dallas, Texas, EUA, voltada para o estudo de problemas econômico-sociais e a busca de soluções que ofereçam alternativas privadas e de economia de mercado para a regulamentação e o controle do governo. Não tem fins lucrativos nem vínculo político-partidário.
TRADUÇÃO: LIGIA FILGUEIRAS