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Total apoio à exigência dos caminhoneiros: com Dilma, sem acordo!

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Créditos: Folha Nobre
Créditos: Folha Nobre

Quer por inexperiência, quer por ingenuidade, quer por despreparo, o leitor que julgue, mas ainda sou capaz de escrever estupefato com o (nulo) senso de proporções da esquerda e, particularmente, do governo petista. Ou talvez indignar-se com isso seja apenas humano. É inacreditável que, diante da greve dos caminhoneiros, seja semeada a versão de que os grevistas são terroristas, golpistas, fascistas, ou qualquer qualificativo de descrédito que valha, por estarem promovendo uma “baderna” sem propostas concretas para uma negociação.

Vamos recapitular os fatos. Nesta segunda-feira (9/11), a nova paralisação (já havia ocorrido uma no começo do ano) teve início. Cerca de 14 estados foram já atingidos pela greve. De acordo com o boletim da Polícia Rodoviária Federal, havia 47 pontos de protesto no fim da tarde, 22 com bloqueio parcial e 21 sem interdição. O objetivo do movimento é crescer mais e estimular outros setores da sociedade a se revoltar – ordeiramente, é claro. Alguns grevistas incendiaram pneus e obstruíram estradas, mas fora isso, não foi registrado nenhum incidente de vandalismo ou de excesso – do contrário, diga-se de passagem, já estaríamos condenando esse desvio desde a primeira linha deste artigo. O governo acreditou que a mobilização seria baixa, mas avaliou que, neste primeiro dia, embora não considere o resultado tão impactante, a adesão foi maior do que esperava.

Cabe aos militantes petistas e lunáticos da Internet partirem, em primeiro lugar, para os devaneios conspiratórios, acusando os caminhoneiros de estarem sendo cooptados por entidades poderosas do maldito “neoliberalismo”. Ora, é público e notório que os articuladores da greve, em especial o caminhoneiro autônomo Ivar Schmidt, líder do movimento Comando Nacional do Transporte, estão em acordo com alguns dos principais movimentos populares, como o MBL, que comandam as manifestações contra o governo federal e hoje acampam perante o Congresso. Essa vinculação não é, portanto, nenhum segredo que deva escandalizar ninguém. O que realmente incomoda os cegos da estrela vermelha é o fato de, enfim, uma greve não ser controlada pelas máfias sindicais! Acostumados a mobilizar todo tipo de bagunça, pregar que brotem mundos e fundos das plantações invisíveis do papai Estado e entoar brados de homenagem à insensatez, os sindicatos estão fora da cena, amestrados pelo poder. A revolta atua à margem deles – e é isso que a esquerda não consegue aceitar. Afinal, Schmidt declarou que seu movimento “abomina sindicato, federação, confederação. Esses segmentos tentaram nos representar nas últimas décadas e nunca resolveram nossos problemas”.

“A motivação é política”, dizem os autoritários petistas. E quando não é? Quando aquelas greves clássicas, incitadas pelos sindicatos, não tiveram motivação política? O ministro Edinho Silva, da Comunicação Social, questiona o fato de que as manifestações não têm uma pauta sobre a qual se possa discutir, e por isso elas são uma completa loucura, não oferecem argumentos a serem pleiteados através de uma “entidade representativa” – leiam-se: os tais sindicatos amestrados pela extrema esquerda -, e por isso não consideram o “interesse da sociedade”. Na verdade, os caminhoneiros fizeram suas paralisações, originalmente, com uma série de pautas, como a oposição ao aumento do óleo diesel, que agora não vêm ao caso; sejam quais forem as suas reivindicações particulares, sua bandeira agora é geral. Eles exigem a renúncia – ou o impeachment, mas o recado passa pela renúncia, porque é direto para a presidência – de Dilma Rousseff. Edinho Silva está certo, não há negociação. Eles não ruborizam em dizer: “não queremos contato. A pauta dos caminhoneiros existe, mas não é negociada com este governo podre”. Negociar, “apenas com o próximo governante”. É isso mesmo; para eles, ou Dilma sai, ou eles devem continuar a paralisação. Já adiantaram que determinados produtos, como medicamentos para hospitais, devem, naturalmente, por um dever de mínimo respeito e humanidade, continuar a ser transportados, mas todo o resto, não. A meta é impactar realmente a economia, desabastecendo áreas e elevando preços, para incendiar a desestabilização do governo e forçá-lo a cair.

Desrespeito com a população, dirão alguns – população cujo maior desejo hoje, expresso em todas as pesquisas de opinião, é exatamente o mesmo que eles proclamam. Golpe, dirão outros. Que dizem esses do mensalão e do petrolão, esquemas que atentaram acintosamente contra o sistema democrático brasileiro? Que dizem esses do leilão a olhos vistos, tendo Eduardo Cunha como centro, que se tornou a política? Que dizem esses dos trilhões desaparecidos do Orçamento e as metas fiscais apresentadas já com déficits monumentais? Que dizem esses das políticas econômicas desastrosas que são, elas sim, as culpadas por nos trazer até aqui e nos fazer chafurdar novamente na inflação e às portas da recessão? Que dizem esses dos rebaixamentos das notas do Brasil nas agências de classificação de risco? Que dizem esses do apoio a regimes autoritários e ditatoriais, do silêncio brasileiro diante da prisão de Leopoldo López e da tirania na Venezuela? Que dizem esses da truculência de “movimentos sociais” como MST e MTST contra cidadãos de bem, seja no acampamento pró-impeachment, seja, por exemplo, em municípios como Quedas do Iguaçu?

Os hipócritas do politicamente correto, quer na militância, quer na ala conivente da grande mídia, apontam o dedo para os caminhoneiros, dizem deles que estão querendo promover uma ruptura com a ordem institucional – até prova em contrário, acusação totalmente falsa, muito embora a tal “ordem institucional” já não esteja às mil maravilhas – e instalar o caos. Não, senhores. Caos é o que nós estamos vivendo AGORA. Golpe, o que a “cleptocracia” petista instaurou como modelo de governança. Os caminhoneiros, às custas do próprio sacrifício, e exigindo um tanto dele de cada um de nós, querem chacoalhar esse caos para fazer a bagunça voltar para o lugar. Ficaremos no marasmo que vaga rumo ao desastre certo, ou promoveremos o relativo stress da atitude definitiva, necessária para pôr fim ao calvário insuportável que vem se arrastando?

Os caminhoneiros entenderam o que todos precisam entender, especialmente certos tucanos e seus filhotes acovardados: não há conversa com o PT, não há conversa com Dilma Rousseff, não há conversa com Lula. O que eles querem é nos destruir, nos escravizar, deitar em berço esplêndido sobre nós enquanto extorquem nossas esperanças. Enquanto pressionam para que temamos e não falemos. Enquanto taxam o cidadão de bem de perverso, “elite branca”, promovem um divisionismo incompatível com a civilidade e a estima recíproca. Enquanto ostentam a mediocridade como altar e a mendacidade como prece.  A única coisa em que pensam é no poder; consideram-se as sumidades do Universo que podem brincar com nosso futuro e nossas aspirações como bem entendem, fazendo-nos de otários. Não há mais espaço para tergiversar. A vontade da ampla maioria do povo deve ser satisfeita: libertar-se.

Manifestamos aqui total apoio à exigência dos caminhoneiros. Acreditamos que eles devem se manter firmes, e ao mesmo tempo não despencar para exageros violentos que deporiam totalmente contra o seu caráter e contra a causa maior a que se juntaram. É grande a responsabilidade deles. É grande a nossa. Precisamos nos unir. Uns aos outros. Jamais com Dilma Rousseff, jamais com o PT. Deles, só queremos ouvir uma palavra: adeus.

 

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

3 comentários em “Total apoio à exigência dos caminhoneiros: com Dilma, sem acordo!

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    11/11/2015 em 3:52 pm
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    Se todo o setor de transportes aderir ao movimento dos caminhoneiros, com a participação dos aeroviários e dos rodoviários, o Brasil irá parar totalmente.
    Em tal situação, o impacto da greve terá dimensões muito maiores causando uma situação caótica ao ponto de inviabilizar o governo comunista do PT.
    Essa medida em larga escala irá asfixiar a economia de tal modo que os políticos corruptos comunistas não terão outra opção senão saírem escorraçados do poder.
    Esses parasitas mafiosos só largarão o poder com uma medida de forte impacto político, social e econômico.
    Depois que eles saírem, define-se democraticamente que novo rumo tomar.
    Impossível é ficar de braços cruzados esperando o país afundar de vez por medo do que pode vir.
    Nada poderá ser tão danoso ao país quanto toda essa lama que nos atola e imobiliza.
    “Assistam como derrubar um governo ladrão” == > https://www.youtube.com/watch?v=YEMLgt6Ksds

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    11/11/2015 em 12:33 pm
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    Sai o metalúrgico e entra o caminhoneiro. Com suas pautas ABSOLUTAMENTE antiliberais e colocando a cereja-de-bolo do impeachment para enganar a população e engajar os inocentes úteis para o “movimento”. Tudo como d´antes no quartel de Abrantes. Esse sujeito está querendo trilhar o mesmíssimo caminho já trilhado pelo demiurgo que, com suas greves no ABC também dizia fazer oposição ao regime militar. Deu no que deu. Vamos apostar de novo em mais do mesmo??

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    10/11/2015 em 12:19 pm
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    Excelente texto! Precisamos apoiar e aprender a conviver com um periodo de excassez para conseguir tirar essa quadrilha que se apoderou do Poder.
    Caso contrário teremos que preparar nossos filhos e netos para a excassez de décadas.

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