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Quem já esteve no inferno não quer voltar para lá.

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No último dia 30 de abril comemorou-se os quarenta anos do fim da Guerra do Vietnã. Quem viveu aqueles tempos e assistiu aos famosos filmes sobre aquela guerra, principalmente os produzidos em Hollywood, poderia imaginar o Vietnã como um lugar onde o comunismo reina absoluto no dia-a-dia e nos corações e mentes das pessoas.

É verdade que um partido dito comunista dirige o país desde o término da guerra contra os EUA e aliados, mas sua política atual, com ênfase no pragmatismo econômico, parece tudo, menos comunismo. Exceto pelo fato de ainda não haver democracia por lá, atualmente o Vietnã, de fato, parece ser o país com o povo (ideologicamente) mais pró-capitalista da Terra, tanto que quase todos os vietnamitas – 95 por cento para ser mais exato – apoiam o sistema de livre mercado, de acordo com pesquisa do Pew Research Center.

A pesquisa perguntou aos cidadãos de 45 países, entre outras coisas, se “a maioria das pessoas está em melhor situação em uma economia de livre mercado, apesar de algumas pessoas serem ricas, enquanto outras são pobres.”

Nenhum outro país alcançou um índice de 90 por cento nesse quesito. Mesmo nos Estados Unidos – país um dia tido como bastião do capitalismo -, apenas 70 por cento concordaram que a economia de mercado livre é o melhor sistema. Resumindo, enquanto praticamente um em cada quatro norte-americanos entrevistados não concordou com aquela afirmação, no Vietnã, onde as fazendas coletivas de trabalho reinaram soberanas durante décadas, praticamente todos concordaram.

O número chega a ser impressionante, principalmente se lembrarmos que aquela guerra asiática, que durou praticamente 15 anos, tornou-se o símbolo da Guerra Fria, que opunha o capitalismo e o comunismo.

O conflito custou milhões de vidas e reduziu a escombros muitas cidades vietnamitas. Estima-se que os Estados Unidos lançaram mais bombas sobre o Vietnã do que o fez durante toda a Segunda Guerra Mundial.  Apesar do esforço brutal, os comunistas do Vietnã do Norte prevaleceram no final.  Só não conseguiram vencer as inexoráveis leis econômicas, que sempre puniram, sem dó nem piedade, todas as aventuras comunistas até hoje tentadas, contando vítimas na base das dezenas de milhões.

Depois de três décadas de penúria e fome, no entanto, o Partido Comunista do Vietnã seguiu os passos dos “comunistas” chineses e abandonou a doutrina boçal da coletivização do trabalho e do capital, em prol de um modelo econômico com foco na propriedade privada e na liberdade econômica dos agentes.  E adivinhem quem é hoje o maior parceiro comercial do Vietnã?  Ganhou quem apostou no ogro imperialista.

Aos poucos, o país vem progredindo e alcançando resultados econômicos alvissareiros, tanto que quase todos os vietnamitas, incluindo muitos que lutaram naquela guerra sangrenta, agora admiram e abraçam o modelo apregoado por seu antigo inimigo de batalhas.

Enquanto isso, em Pindorama, ainda são muitos os que insistem em nos levar para o inferno

 

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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