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Quando a bibliografia é sabotada

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Vou ser breve, afinal de contas, este é um assunto já bastante óbvio, quer dizer, o fato de que a bibliografia acadêmica nos cursos, principalmente da área de Humanas, é sabotada. Luiz Felipe Pondé utilizou esse termo e penso que ele sintetiza muito bem a situação.

Mas há algo interessante nisso tudo. Há ventos de mudança, conforme já escrevi, e, com isso, o surgimento de novas questões. Ainda que minoritária, a parcela dos curiosos pela bibliografia colocada no index acadêmico está procurando aquele outro mundo a ser explorado. Os professores logo terão que responder a esses curiosos – e saturados – a respeito de outras ideias que, por eles mesmos não conhecerem, causarão debates de verdade, em contraposição aos monólogos ideológicos.

O uso parcial de bibliografia não forma, doutrina. Ao apresentarem somente um lado da questão e com o professor endossando o texto, é natural que o estudante enverede pelo mesmo caminho. Seria hipocrisia dizer não há um mal-estar quando algum estudante discorda. O problema disso tudo é que, como a maioria sequer sabe da existência do outro lado da história, o “estranho no ninho” que rema contra a maré vermelha é sempre aquele “chato” que pode ser até mesmo visto como alguém que quer “aparecer” e no qual será colado o rótulo de “intolerante”.

Outro fato deplorável: quando o texto traz uma perspectiva de esquerda, – sempre – é analisado, claro, a partir da esquerda, já quando o texto, por milagre, traz uma perspectiva de direita, é analisado, claro, a partir – também – da esquerda. Ou seja, o papel do professor é fundamental na formação dos alunos e, como costumo falar, não existe imparcialidade, mas diferentes níveis de parcialidade.

Que Fazer, como diria Lênin? Talvez levar dois textos sobre o mesmo assunto com diferentes perspectivas sem colocar a direita “no lado negro da força”? Quem deixaria a bibliografia liberal e conservadora falar sem sabotá-la? Quem se arriscaria?

Não acho que Marx, Hobsbawm, Foucault, dentro outros, devam ser censurados, porém, deveriam dar um pause na hipocrisia e tirar a mordaça de Hayek, Isaiah Berlin, Mises, Oakeshott e semelhantes.

Enfim, sabotar a bibliografia tem, sem dúvidas, colaborado para uma inegável formação de esquerda, entretanto, também, em longo prazo, surtiu outro efeito aquela acabou sendo vista com muita curiosidade, como sempre acontece com qualquer material censurado.

É preciso que a sabotagem cesse e que o AI-5 bibliográfico saia de cena, para que a diversidade, que certo pessoal tanto defende, mas que tanto odeia, possa contrastar em pé de igualdade com o dogma de que “a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes.” [1]

[1] Citação extraída do Manifesto do Partido Comunista, publicado em 1848, de Karl Marx e Friedrich Engels.

 

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Thiago Kistenmacher

Thiago Kistenmacher

Thiago Kistenmacher é estudante de História na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Tem interesse por História das Ideias, Filosofia, Literatura e tradição dos livros clássicos.

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