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Qual o custo dos políticos no Brasil e no mundo?

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O senso comum de que os políticos custam muito ao bolso dos brasileiros não é só verdadeiro como a distorção encontrada no legislativo brasileiro é a maior entre todo o mundo. O custo de um parlamentar no país chega a ser 528 vezes a renda média do brasileiro. É o que mostrou estudo realizado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).

Há, basicamente, três principais fatores que motivam essas diferenças. O primeiro deles é o número efetivo de partidos. Esse número considera as legendas que de fato possuem influência no sistema político para barganhar na formação de coalizões, por exemplo. Dentre os países analisados pelo estudo, o Brasil ocupa o primeiro lugar, com 16 partidos efetivos. O segundo lugar é ocupado pela Bélgica (10) e o terceiro pelo Chile (9,5). O montante médio excluindo o Brasil da análise é de 4,51.

Esse fator influencia na segunda particularidade mais marcante da política brasileira: a quantidade de dinheiro do governo destinada ao legislativo.

Ao analisar o orçamento federal total destinado a esse poder e dividir pelo número total de parlamentares e, posteriormente, pela renda média do país, identificou-se que, para cada US$ 1 recebido pelos cidadãos, os membros do legislativo federal brasileiro receberam US$ 528. Esse valor é o maior da amostra. Em segundo lugar, está a Argentina (aproximadamente US$ 220) e, em terceiro, os Estado Unidos (pouco menos de US$ 150), seguidos pela Índia e o México. Ou seja, o custo por parlamentar no Brasil é mais do que o dobro da Argentina e mais do que o quádruplo em relação aos outros quatro países. A proporção para todos os outros países é ainda maior.

O volume de dinheiro do governo destinado aos partidos brasileiros também é muito superior aos demais, somando cerca de US$ 446 milhões por ano. O México vem em seguida, com US$ 307 milhões por ano, e, na terceira colocação, o Japão, com US$ 300 milhões no mesmo período. Ao excluir o Brasil da análise, a média desse montante para os outros 33 países é de somente US$ 65,4 milhões.

Vale ressaltar que, além do custo direto do sistema político brasileiro, há, ainda, um custo implícito: esses recursos poderiam ser destinados a outras políticas públicas de combate à pobreza, à desigualdade ou às distorções setoriais no país. Outro custo implícito é que os recursos partidários destinados a campanhas políticas tendem a dificultar a renovação política.

Para mudar o sistema, seria necessária a aprovação de mudanças legislativas por parte dos principais beneficiários do sistema atual, o que faz com que a probabilidade de haver uma redução de gastos e aumento da eficiência na política brasileira seja remota.

Como afirmou o cientista político Scott Mainwaring, “a legislação eleitoral brasileira não possui paralelo no mundo” e isso custa muito caro aos pagadores de impostos por aqui.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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