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Por que esta travesti de 8 (sim, oito) anos de idade encanta os “progressistas”?

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Torci para que fosse notícia falsa. Para que alguém tivesse produzido montagens, inventado nomes e fabricado uma grande piada – sem graça, diga-se. Mas não é o caso, a julgar pela quantidade de websites que deram publicidade e detalharam o episódio. É sério mesmo: uma criança de oito anos (que começou a “carreira” com 7) é a mais nova drag queen do Canadá.

Como anuncia com entusiasmo o subtítulo da matéria, Lactitia “tem o veneno de uma pessoa com quatro vezes a sua idade”. Ato falho do repórter ávido por aparentar ser adepto da “diversidade”: é lógico que não se espera tal comportamento de uma pessoa em tão tenra idade. Deixou escapar e nem se deu conta, filho?

Entrevistada em Montreal como uma estrela local, a criança revela o elemento crucial que a fez parar ali naquela situação: seus pais a apoiaram muito em “sua escolha”. Basta seguir lendo, todavia, para perceber que sua mãe foi muito além de encorajá-la a seguir por este caminho “alternativo”: ela matriculou o filho em aulas de voguing (bons tempos aqueles em que as opções mais usuais eram o Karatê e o Judô) e costuma maquiá-lo, regularmente, como se uma mulher (adulta) fosse. Certamente foi bem mais, portanto, do que meramente tolerância com alguma tendência natural observada ou um inocente empurrãozinho: o menino foi criado para ser menina; simples assim.

“Se você quer ser uma drag queen e seus pais não deixam, você precisa de novos pais”. Eis aí, nas palavras da própria vítima de sexualização precoce, o real perigo que se esconde por trás da atitude tão moderninha: a desestabilização do núcleo familiar, o qual sempre representou um dos maiores focos de resistência ao avanço do Estado sobre os indivíduos.

Conflitos familiares são tudo que um governo com pretensões totalitárias precisa para produzir, em massa e em número sempre crescente, cidadãos necessitados do aparato e do assistencialismo estatal. Uma vez apartados de seu grupo de referência, só resta pedir asilo, justamente, àqueles que promovem medidas paternalistas, como cotas em concursos públicos para transexuais, por exemplo.

Estudos da Universidade de Vanderbilt e da Portman Clinic, de Londres, observaram algumas crianças que haviam demonstrado comportamentos transexuais – transtorno que não costuma afetar mais do que 0,3% da população mundial. Ao longo do tempo, 80% dessas crianças deixaram espontaneamente esses comportamentos. Ou seja, sem serem submetidas a tratamento de espécie alguma, passaram a agir como meninos e meninas normalmente agem.

Seria bem menos traumático, pois, se os pais “prafrentex” de Lactitia tivessem simplesmente seguido naturalmente com a educação do menino, sem introduzi-lo antes mesmo da adolescência no mundo LGBT. Haveria alta probabilidade de que, em pouco tempo, ele esquecesse a mania de andar de salto alto e de passar batom. Mas agora que eles o fizeram ficar famoso desfilando dentro de uma casa noturna (e ainda permitindo que o material fosse veiculado na Internet), tudo vai ficar mais difícil caso ele queira, um dia, voltar atrás em “sua decisão” (que foi de seus pais, na verdade).

Ele, por enquanto, acha que é tudo muito divertido. Mas e quando crescer e se der conta de que foi usado como instrumento de “lacre” de seus genitores, como brinquedinho de uma mãe que cansou de maquiar suas bonecas, como meio de serem chamados de “lovely parents” (pais adoráveis), como ferramenta para jogarem na cara da “sociedade careta” que são mente aberta, como forma de ficarem famosos e aparecerem sem precisar pendurar uma melancia no pescoço? Certamente será motivo de muita revolta por parte deste ser humano que está sendo tratado como peça de publicidade “vanguardista”.

Aliás, o jornal Gazeta do Povo (só podia ser ele mesmo, o único bastião conservador da mídia nacional) deu destaque a um documentário no qual vários ex-transgêneros relatam seus desoladores arrependimentos – especialmente em relação a cirurgias de troca de sexo e uso de medicamentos para frear a puberdade.

Mas esta desordem entre corpo e mente (quando acomete de fato um indivíduo, e não quando se trata apenas de capricho doentio dos pais ou fruto de exposição prematura a conteúdo sexual – especialmente nas escolas e na mídia com suas pautas de ideologia de gênero) deve ser considerada um problema a ser sanado, via terapêutica ou medicamentosa? Ora, esta é uma pergunta que somente a própria pessoa pode responder: se tal disfunção representa-lhe um obstáculo à felicidade, sim; caso contrário, não.

Tal qual, por exemplo, uma pessoa que não apenas não sente medo algum de altura (sentimento que seria considerado “normal”, até mesmo pela questão do instinto de sobrevivência), mas também sente prazer por estar em lugares muito altos, e inclusive curte saltar lá de cima. Indaga-se:  isto é um problema? Pode até ser, mas quem deve julgar é a própria pessoa afetada.

Nem por isso, entretanto, devemos nos apressar a levar nossos filhos de cinco anos para saltar de paraquedas para que eles experimentem a sensação extemporaneamente – ainda que, eventualmente, eles peçam insistentemente. Ninguém deixaria de achar insano um pai fazer isso (especialmente se a iniciativa for exclusivamente sua), e o caso em epígrafe não é nem um pouco diferente.

Deixe esta criança virar um adulto, formar seu cérebro por completo e constituir seu caráter, e então ela decide o que faz com sua vida e sua liberdade, bem como assume as consequências de seus atos e escolhas.

Não que os grupos barulhentos de sempre pretendam facilitar está tarefa, obviamente. Tal qual no 3° filme da saga X-MEN, quando uma cura para a mutação é criada, os mutantes reagem de três formas distintas: há os que não querem a cura (estamos bem assim, obrigado); há os que querem a cura (obrigado, eu estava precisando disso); e há os que querem impedir este segundo grupo de usar a cura (como vocês ousam querer sair desta condição?). Vida e arte imitam-se mutuamente: você tem liberdade para viver do jeito que quiser, desde que esse jeito coincida com os ditames impostos pelo terceiro grupo.

Urge que tal mentalidade que considera “bacana” tais intervenções que prejudicam o amadurecimento das crianças de forma quase irreversível seja revista. caso contrário, passarão a ser aceitas interferências cada vez mais precoces no desenvolvimento sexual dos indivíduos (tal qual a filha de Brad Pitt, que, segundo consta, desde os três anos seria transexual).

Até o ponto, então, em que começarão os “mais atentos” a perceberem trejeitos estes ou aqueles até mesmo em bebês na barriga das mães durante o ultrassom – o que levaria esta turma que odeia a “moral burguesa” a um conflito de cortar os pulsos: neste caso, um aborto seria direito natural da mulher, ou transfobia???

Em busca da resolução de problemas como este, convém reverberar as palavras de Olavo de Carvalho no livro O Jardim das Aflições, segundo quem   deve ser dada preferência à ação recriminatória dos próprios membros da sociedade sobre a atuação do Estado.

A expansão do olhar fiscalizador do Estado (e da intelligentzia) para dentro da esfera privada tem como uma de suas mais graves consequências a redução da diferença entre o moral e o jurídico — diferença que, resguardando da intromissão oficial áreas vitais do comportamento humano, sempre foi uma das garantias básicas da liberdade civil. Até umas décadas atrás, o pai de família que estendesse as asinhas para cima de sua doméstica atrairia sobre si a desaprovação da esposa, dos filhos, dos vizinhos, da paróquia — um castigo moral infligido espontaneamente pela comunidade; e este castigo, sendo proporcional à falta cometida, era mais do que suficiente para fazer justiça. Quando ao castigo moral se soma porém a sanção penal e administrativa, o caso passou da esfera ética para a jurídica — e o Estado, a pretexto de proteger domésticas ofendidas, na verdade o que faz é usurpar uma das funções básicas da comunidade, que é a de fiscalizar a conduta moral de seus membros.

Mas será que a conduta dos pais de Lactitia não é criminosa no caso em análise, caracterizando abuso e corrupção de menores, e não faria jus, portanto, a que o Estado usasse seu poder coercitivo para impedir tal ultraje e punir os perpetradores – especialmente diante da omissão dos demais cidadãos e/ou da impossibilidade de criticar tais atos sem ser alvo da patrulha politicamente correta?

E o que fazer quando o próprio Ministério Público estiver repleto de “progressistas”? E o que fazer quando tal cenário desalentador já for uma realidade, como em boa parte do Ocidente, incluindo o Brasil?

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Ricardo Bordin

Atua como Auditor-Fiscal do Trabalho, e no exercício da profissão constatou que, ao contrário do que poderia imaginar o senso comum, os verdadeiros exploradores da população humilde NÃO são os empreendedores. Formado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) como Profissional do Tráfego Aéreo e Bacharel em Letras Português/Inglês pela UFPR.

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