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Você quer melhorar o mundo? Esqueça o governo. Estude, trabalhe e tente criar alguma coisa de valor

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Há poucos dias, publiquei o seguinte comentário no Facebook:

“Elon Musk, o empresário queridinho da esquerda ambientalista, pode ser tranquilamente definido como o Joesley Batista americano. Não que ele não seja competente, mas sua maior virtude, sem dúvida, é saber ir atrás do dinheiro do governo – leia-se: dos pagadores de impostos. Suas empresas Tesla Motors, SolarCity e SpaceX já abocanharam, em conjunto, um total de US$4,9 bilhões de dinheiro público, seja em renúncia fiscal, crédito subsidiado ou contratos com o governo. Tudo em nome das políticas de redução de emissões de carbono. Resultados práticos? Quase nenhum até agora. Em compensação, as emissões de CO2 americanas já retornaram aos níveis de 2005, principalmente devido à mudança da matriz energética do carvão para o gás natural de xisto, uma atividade que os ambientalistas não se cansam de vilipendiar. Não me surpreenderei se, com as novas políticas ambientais impostas por Trump, Musk vier a ter sérios problemas financeiros pela frente.”

Alguém criticou, com razão, a comparação com Joesley Batista, pois o empresário americano nunca foi processado por corrupção ou fraude, nem tampouco praticou políticas agressivas de aquisição de concorrentes com fins monopolistas. De pronto, admiti que a comparação foi exagerada e que as semelhanças se esgotavam na voracidade de ambos por verbas públicas.

O comentário que mais chamou a minha atenção, entretanto, foi de um leitor que escreveu a seguinte pérola: “Elon Musk, o empresário odiado pela direita e desprezado pelos liberais que derrubam florestas para se divertirem em seus players. Mas nós ambientalistas iremos sim deixar um mundo melhor para seus filhos e netos.”

Eis aí, em cores vivas, uma boa amostra da arrogância dos ambientalistas, herdada evidentemente da velha esquerda ungida e salvadora da humanidade. Os caras pretendem nada menos que “melhorar o mundo”, através, é claro, dos todo-poderosos governos, que devem impor suas políticas coercitivas sobre o resto do mundo, o qual insiste em não dar ouvidos às suas verdades. O comentário daquele leitor fez-me lembrar de um texto brilhante do Don Boudreaux, em que o economista disserta sobre a ânsia de alguns por mudar o mundo.

Boudreaux afirma que “Essa ideia de “mudar o mundo” é, na melhor das hipóteses, juvenil e imatura.  Na pior, é completamente perigosa.” Não que o mundo não possa melhorar, mas as melhorias, se vierem, não virão pelas mãos de políticos e burocratas bem intencionados.  Segundo Boudreaux, “as pessoas que querem mudar o mundo têm em mente esquemas que envolvem forçar os outros a se comportarem de uma maneira distinta daquela como se comportariam espontaneamente.” Em outras palavras, em vez de utilizarem a persuasão, o convencimento, preferem a ação arbitrária do estado, pois sequer lhes passa pela cabeça que possam estar equivocados.

Boudreaux dá alguns exemplos para ilustrar que “Esforços benéficos para mudar o mundo quase sempre são pequenos, graduais, e efetuados naquele setor voluntário da sociedade — nas transações comerciais, nas famílias, na sociedade civil. Não ocorre nem dentro do governo nem por meio do governo.”

Tentei demonstrar isso naquele comentário do Facebook, ao dizer que a enorme redução nas emissões de CO2 nos EUA se deu a despeito de políticas ambientalistas rígidas e coercitivas, já que a matriz energética dos EUA havia mudado, do carvão para o gás natural de xisto, graças ao esforço de milhares de empreendedores em busca do lucro, e não de planejadores iluminados e abnegados. Até porque, a atividade de extração de óleo e gás de xisto, através do sistema de “fracking”, além de não ter qualquer incentivo governamental, ainda contava com forte oposição dos ambientalistas e do próprio governo (Obama).

O mesmo raciocínio vale para o impressionante recuo da poluição nos países desenvolvidos, basicamente por conta das constantes inovações da iniciativa privada, que tem criado máquinas modernas ao mesmo tempo eficientes e menos poluidoras. Por outro lado, poucas foram as vezes em que o direcionamento de recursos públicos para empresas privadas, como no caso de Musk, gerou os resultados desejados. Na maioria das vezes, tornaram-se fracassos absolutos.

Portanto, se você é daqueles que pretendem salvar o planeta dos combustíveis fósseis, estude, trabalhe e ajude a descobrir fontes de energia tão ou mais abundantes, eficientes, limpas, de baixa emissão de CO2 e, principalmente, economicamente viáveis como os hidrocarbonetos. Quando esse combustível aparecer, garanto que você não vai precisar forçar ninguém a utilizá-lo, pois as pessoas o farão de bom grado.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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