Democracia, liberalismo, justiça, liberdade, direitos, são palavras que, com o tempo, graças à ação bem-sucedida dos coletivistas estatistas, se tornaram polissêmicas.

Democracia passou a ser considerado um termo que indica uma sociedade livre que respeita os indivíduos.

Liberalismo passou a ser considerado uma ideologia revolucionária e progressista. Nada mais falso. Liberalismo é uma ideologia que respeita o mercado, que se opõe à iniciação do uso da força, que deve ser exclusivamente retaliatória para combater os que a iniciaram.

Justiça passou a ser associada à satisfação de necessidades ou punição pelas virtudes que cada um tem; e não ao mérito, aos ganhos ou perdas que um indivíduo fez por merecer.

Direitos passou a ser entendido como algo que os outros têm o dever de prover, definição que diz respeito ao termo privilégio, que, de fato, viola direitos como entendidos originalmente. Privilégio também teve sua definição invertida quando dizem que ricos são privilegiados, mesmo que eles tenham ficado assim usufruindo daquilo que por direito e justiça acumularam.

Isso não é mera semântica, é a mais pura perversão da linguagem para causar confusão mental, corrompendo e rompendo a cadeia formada entre os concretos, perceptos, conceitos e sua integração, impossibilitando nossa capacidade de pensar e comunicar.

Quando alguém veste privilégios, como se eles fossem direitos, como vamos criticá-los? É como o cavalo de madeira dado de presente aos troianos, cheio de gregos armados até os dentes. Como recusar um presente dado, quando ele parece ser outra coisa que não o mal disfarçado?

Quando um conceito é desvirtuado, é dever, moral e linguístico, desnudá-lo, denunciando os farsantes que teimam em usá-lo para enganar os incautos.