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A ignorância e a “moderna vida boa”

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Evidente que estou pessimista! A vida e seus resultados dependem da ação humana, e as circunstâncias não são nada boas. São ciclos e, nesta direção, mantenho a esperança de que mais adiante eu possa ser surpreendido positivamente.

Vive-se na era da rejeição da verdade, das narrativas falaciosas, dos gatilhos, das emoções e dos estímulos curto-prazistas. Uma época de abissal sentimentalismo grosseiro. Sou dos anos 60. Não me apego ao saudosismo, o mundo se transforma, porém os nossos princípios-chave cerebrais levam séculos para serem alterados.

Acho que sou de um tempo em que prevalecia o pensar reflexivo, a razão. Claro, os estímulos e os incentivos no seio familiar e nas instituições nos impeliam com “sangue, suor e lágrimas” para a construção individual – e portanto, do todo – de um futuro mais saudável e promissor.

A ignorância – na correta acepção da palavra – e o emburrecimento parecem-me transparentes. Penso que uns 70% da população brasileira atuam no piloto automático do sistema 1, dos sentimentos, tomando decisões baseadas nos comportamentos puramente instintivos.

No dia a dia, somos bombardeados de estímulos e informações, e nosso cérebro busca economizar esforços e maximizar a eficiência. Na verdade, esse gosta mesmo da “vida boa”, sendo necessário fazê-lo se exercitar de fato. Os nossos “modernos” homens, mulheres e LGBTQIA+, por meio das transformações na família, e em razão dos incentivos tupiniquins de cabeça para baixo, desejam a “vida boa”, procrastinando com relação ao futuro, focados no curto-prazo e nas falsas recompensas que lhes são apresentadas.

A vida é dura! Exige esforço, compromisso, sacrifício, constância de propósito e foco nos objetivos de longo prazo. O sucesso não chega por decreto, é uma jornada que precisa ser construída para se alcançar um “final feliz”. Não é o que se vê – e o que não se vê – na atual Pindorama.

As gratificações e as recompensas de curto prazo são finalidades de desejos e de necessidades enganadoras, momentâneas e emocionais. Os grupos de pertencimento, por afinidades – as ideológicas são perversas -, que parecem enaltecer nossa identidade social, são muitas vezes singelas miragens de facilitadores do sucesso. Quando analisadas sob as lentes do sistema 2, lógico, do pensamento racional, torna-se possível compreender e perceber a irracionalidade de muitos pensamentos, do agir meramente instintivo e, talvez, das escolhas de trilhas equivocadas.

Não somente a verdade se tornou desimportante; o conhecimento, além de ser parco em Macunaíma, passou a ser rejeitado. A decadência é gritante, tanto no escasso nível de conhecimento exposto como na questão moral. Embora muita gente negligencie, os valores importam, e muito, em especial, sobre os resultados na educação e no ensino. Não se constrói caráter como antigamente…

Ligue a TV e constatarás o grau de baixeza de conteúdo, de pautas, de discussões e, de forma assustadora, da mentira escrachada e dos vieses ideológicos. Uma genuína celebração da ignorância, da hipocrisia e da ruína moral. A grande maioria dos brasileiros enxerga com os olhos enevoados, e a razão da ignorância é singela: o Estado grande pensa e decide por todos e, pior, a escassez de conhecimento e de discernimento faz com que muitos aceitem essa nefasta circunstância.

Não há mais o essencial ser individual, pensante e crítico, definindo e trabalhando duro pelos seus próprios objetivos e planos de vida. Ele foi substituído pelo abstrato coletivo, sujeito às ordens e aos desejos espúrios aos quais esse “coletivo” está submetido. Não há mais lei, liberdades individuais e a capacidade de se pensar e dizer o que se quer. Não se distingue mais o que é digno, verdadeiro e positivo, e tal incapacidade é gratificada por meio dos enganadores e “modernos” prazeres imediatos.

Sem querer ser saudosista, mas o meu tempo juvenil não era de tamanha ignorância, burrice, farsa e escuridão.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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