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A crise energética na Alemanha

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A situação energética na Alemanha (e na Europa em geral) é tão crítica que alguns usuários do Twitter já deram um novo significado para as iniciais ESG: Europa Sem Gás.
De fato, seria cômico se não fosse muito trágico. Porém, engana-se quem pensa que tudo isso é resultado de algo fortuito. Não é! É consequência de uma ideologia nefasta que vem sendo posta em prática há muitos anos por sucessivos governos.
Primeiro, descartaram o carvão, uma fonte de energia abundante na Europa e bastante confiável. No mesmo diapasão, resolveram fechar todas as usinas nucleares do país, embora se trate de uma fonte energética muito segura e limpa.

Uma matéria recente na Revista Sp!ked explica bem as causas do que está acontecendo na Alemanha, em particular, bem como em boa parte da Europa:

“Muitos alemães estão começando a reconhecer que, em última análise, o que levou à dependência do gás russo, pela Alemanha, foi o ‘Energiewende’ (transição para a energia limpa). O fim da energia nuclear, juntamente com a mudança para energias renováveis caras e intermitentes (que dependem do sol brilhando e do vento soprando), criou uma lacuna que foi preenchida pelo gás russo. Como resultado, mesmo antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, a Alemanha tinha alguns dos preços de eletricidade mais altos da Europa – e agora seu fornecimento de energia está sob ameaça ainda maior.

A ideologia verde que nos trouxe aqui há muito dominou a política alemã, apesar de o Partido Verde nunca ter sido especialmente popular. Na última eleição federal, embora a mídia estivesse animada com a perspectiva de um chanceler verde, o partido obteve apenas 14,8% dos votos.

Embora o entusiasmo pela agenda verde sempre tenha sido amplamente confinado às classes médias, enquanto a economia estava funcionando razoavelmente bem, a maioria dos alemães estava feliz em tolerá-la. Mas isso certamente não é sustentável por muito mais tempo. O preço da eletricidade já atingiu um recorde e os preços do gás devem triplicar nos próximos meses.

Diante desse desastre, além de anunciar o renascimento da energia do carvão, Habeck apelou aos cidadãos alemães para que economizem o máximo de energia possível. Ele até ameaçou introduzir o racionamento de energia por lei. Em discussão estão os planos para eliminar ou reduzir as obrigações dos proprietários para que as casas sejam aquecidas a uma temperatura ambiente mínima (ou ‘congelamento legalmente obrigatório’, como disse um ministro). Embora se apresente como mais uma medida emergencial, tal racionamento é a conclusão lógica da ideologia verde, que vê a economia de energia como um fim em si mesma.

No entanto, por mais dificuldades e ressentimentos que a transição verde crie, e por mais irracional que seja exposta, é improvável que haja uma grande reformulação. As políticas que podem realmente reduzir o preço da energia – e fornecer energia suficiente para as necessidades dos cidadãos – são incompatíveis com a ideologia verde.

A política verde irracional da Alemanha deveria ser um alerta para o mundo.”

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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