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O pensamento de Charles Bukowski

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Charles Bukowski era cáustico, lascivo, um hedonista convicto. Politicamente, um desiludido. Era mais radical do que qualquer anarquista. Era um escritor do tipo atávico, cuspia as palavras como quem xinga vizinhos intragáveis com elegância e sinceridade. Desprezava com razão as coisas que envolviam a religião, o estado e a educação formal, esta controlada pelo governo.

Sua profissão sempre foi a de poeta e prosador. Nas horas vagas, seu hobby foi ser lavador-de-louças, motorista de caminhão, carregador, carteiro, guarda, frentista, almoxarife, balconista, atendente nos correios, voluntário na cruz vermelha, ascensorista, operário em uma fábrica de biscoitos para cães, um matadouro, uma fábrica de bolos e bolachas e pendurou cartazes no metrô de Nova York. Era também um exímio aforista. Das centenas de frases e citações, gosto destas:

“Vejo homens assassinados ao meu redor todos os dias. Ando pelas salas dos mortos, ruas dos mortos, cidades dos mortos; homens sem olhos, homens sem vozes; homens com sentimentos fabricados e reações padrão; homens com cérebros de jornal, almas de televisão e ideias de ensino médio”.

Quem não vê o que ele viu?

“Homens com sentimentos fabricados e reações padrão; homens com cérebros de jornal, almas de televisão e ideias de ensino médio.”

Isso que ele não viveu a era das redes sociais! Ainda assim, foi capaz de resumir uma verdade universal que nos acompanha desde os tempos das cavernas:

“O problema do mundo é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, enquanto os estúpidos são aqueles que têm autoconfiança.”

Bukowski sintetizava a estética do realismo sujo, desencantada com a vida em si e com a vida em sociedade. Niilista, não acreditava nem em utopias nem em ideais; era o substrato dos que no pós-guerra trabalharam para criar uma contracultura, ao seu modo, como fizeram também do seu jeito os pós-modernistas.

Bukowski dizia com razão: “A diferença entre uma democracia e uma ditadura consiste em que numa democracia se pode votar antes de obedecer às ordens.”

Você pode não gostar nem concordar com Bukowski. No entanto, não há como desprezá-lo. Isso ele já faz por si só, daí a riqueza da sua obra.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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