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O que os milionários nos ensinam sobre filantropia

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por DIEGO REIS*

Zuckerberg
Zuckerberg

Quanto do seu dinheiro você doou para a filantropia este ano?

Existe um argumento muito difundido no senso comum de que riqueza é sinônimo de desigualdade social. Em outras palavras, se alguém está acumulando renda, mesmo que seja de forma lícita, esse dinheiro certamente saiu do bolso da parcela mais pobre da população.

Obviamente que esse tipo de posicionamento dificilmente partirá dos indivíduos pertencentes às classes mais altas. Principalmente quando se trata de um chamado “Self-Made Man“, alguém que nasceu em uma situação financeira desfavorável e se tornou milionário depois de muito trabalho, estratégias assertivas e boas oportunidades. Os sujeitos que vivenciam esse tipo de ascensão social em geral desenvolvem uma inclinação para a defesa da livre iniciativa. Passam a defender a ideia de que o acesso às posições mais privilegiadas está “disponível” para todos aqueles que adquirirem conhecimento e competência. Além disso, existe outro argumento de que, ao fazer fortuna, o individuo também cria milhares de postos de trabalho, movimenta a economia e promove o desenvolvimento social com investimentos em pesquisa, saúde e meio ambiente, por exemplo.

Polêmicas à parte, o fato é que a desigualdade social é um grande desafio para os indivíduos de qualquer classe social. Nesse sentido, o que se percebe atualmente é uma preocupação crescente com a filantropia por parte dos mais ricos. Obviamente que muitos milionários realizam doações com o objetivo de melhorar a imagem pessoal e de suas empresas. No entanto, uma parcela significativa desses sujeitos realiza doações com o objetivo de minimizar as dificuldades alheias e experimentar aquele sentimento gratificante de se ajudar ao próximo sem desejar nada em troca.

Além de doações para instituições de caridade, é crescente também o número de investimentos direcionados para a melhoria de instalações artísticas e museus. As instituições acadêmicas e de saúde também ocupam a lista de prioridades dos milionários, quando o assunto é a filantropia.

Nos Estados Unidos, cerca de 20 % da caridade está relacionada com a busca por soluções para os problemas de saúde e 19 % das doações são direcionados para instituições educacionais. Bill Gates, por exemplo, criou no ano 2000 a Fundação Bill e Melinda Gates, organização filantrópica que objetiva promover as pesquisas sobre a AIDS e outras doenças que matam milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. Segundo a Revista Forbes, Gates já doou aproximadamente 30 bilhões de dólares de toda a sua fortuna para a caridade desde o inicio do projeto.

No ano passado, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg foi considerado o maior filantropo dos EUA por ter doado cerca de 970 milhões de dólares, segundo a publicação The Chronicle of Philanthropy. Recentemente ele e a esposa Priscilla Chan, afirmaram que vão doar 99 % de sua fortuna em ações da empresa em um projeto social que estão desenvolvendo.

Esse tipo de iniciativa contraria o argumento de muitos coletivistas de que os milionários são naturalmente egoístas, negativamente ambiciosos e merecem que suas fortunas sejam usurpadas pelo Estado. No entanto a realidade nos tem mostrado que a máquina pública agigantada é a principal promotora da desigualdade social. O que os milionários nos ensinam sobre filantropia é o fato de que, quando se é livre para fazer o que quiser com o seu dinheiro, é preferível escolher a filantropia ao invés de delegar a políticos pouco confiáveis.

*Diego Reis é antropólogo, designer gráfico e fundador da Croove, agência e revista eletrônica sobre design, empreendedorismo, branding e criatividade. Possui uma trajetória bastante variada e interdisciplinar: Pesquisou o consumo de produtos e serviços de luxo e as grandes marcas. Os resultados dessa pesquisa foram apresentados em sua dissertação de Mestrado em Antropologia do Consumo, pela PUCRS e motivou a criação de um site, o Luxo S/A. Atualmente seu principal objetivo tem sido compartilhar conhecimento e experiências através da docência e escrita.

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Um comentário em “O que os milionários nos ensinam sobre filantropia

  • Avatar
    11/12/2015 em 5:34 pm
    Permalink

    Este é um assunto muito importante e que deve ser mais difundido.

    Além dos exemplos citados, é importante incluir a filantropia de cidadãos comuns – ricos, mas não multimilionários – para com as instituições de ensino ou comunidades pelas quais passam durante a vida.

    É coisa natural e comum ver, nos EUA, bibliotecas, novos prédios, reformas estruturais, ginásios e todo tipo de melhoria na infraestrutura de serviços comunitários sendo financiados por cidadãos que chegaram a um nível confortável de vida e que pensam em melhorar as condições para as próximas gerações. Em troca, têm, normalmente, seus nomes imortalizados nos nomes destas estruturas.

    Naquele país o senso comunitário, de vida em sociedade é altamente enraizado na população, que está sempre disposta a melhorar “o quintal de casa” Já por aqui o pensamento estabelecido é que deve vir do Estado toda e qualquer benesse. O voluntarismo engatinha no Brasil.

    Acredito que o filantropismo e este senso comunitário sejam dois dos pilares do que a sociedade americana veio a ser hoje. Lá sim se aplica o famoso conceito de “Think globally, act locally”.

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