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O plano B do PT

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Logo após as eleições do ano passado, escrevi um artigo sob o título Os culpados e as certezas, no qual eu afirmava que o objetivo de Dilma era deixar o Brasil quebrar para ter a justificativa para intervir cada vez mais na economia, na justiça, na imprensa e na liberdade das pessoas, ou seja: Implantar o projeto socialista ao modo que foi feito na Venezuela e que está sendo feito na Argentina. Enganei-me. Subestimei a existência – resistência – de algumas instituições que estão bravamente enquadrando o Partido dos Trabalhadores como o grupo criminoso que sempre foi.

Hoje, enxergo de forma mais clara o plano do PT.

O cenário:

1° – A crise que provocaram é mais séria do que estão divulgando. Para o Brasil não quebrar de vez, o atual governo teria que fazer grandes cortes em benefícios, em programas e em cargos criados ao longo da última década.

2° – Tais cortes terminariam de afundar o PT, tirando-lhe a última falácia que lhe resta: A de ser um partido voltado para os interesses das classes mais pobres.

3° – As investigações da Operação Lava a Jato estão se aproximando cada dia mais de Lula. O Partido dos Trabalhadores já deve ter a certeza de que Sérgio Moro está apenas acumulando material suficiente para, quando prendê-lo, não haver nenhuma chance de que alguma manobra jurídica possa mandar soltá-lo.

A estratégia:

1° – Dilma irá propor medidas que sabe que NÃO serão aceitas pelo Congresso, o que lhe dará o respaldo para dizer que está sofrendo sabotagem da oposição.

2° – Quando Lula for preso, à acusação de sabotagem será somada a denúncia de que o PT sofre perseguição política patrocinada pela “elite”.

3° – Antes da abertura do processo de seu afastamento, Dilma renunciará sob a justificativa de se “preservar a ordem pública” e desaparecerá da mídia.

4° – Na semana seguinte à renúncia de Dilma, o PT começará a campanha de desmoralização do novo governo, acusando-o de estar destruindo o Brasil; se posicionará contra as medidas que ele mesmo propunha, se recusará a participar de qualquer plano de “união nacional” semelhante ao que Dilma propôs, rejeitará qualquer proposta de reforma política e voltará a fazer o que fazia em seus tempos de oposição: cobrar aumento de salários, aumento de benefícios, eliminação de todos os privilégios e o fim da criação de cargos comissionados etc, repetindo todos os dias que falta “vontade política” ao novo governo.

5° – Enquanto o novo governo é criticado por tentar fazer aquilo o que o PT tentou, a militância socialista se unirá num grande esforço de incitação da mesma insatisfação popular que outrora acusava ser “manobra golpista da elite-branca-capitalista-fascista” e passará a usar as mesmas pesquisas de opinião que ignorava como forma de deslegitimar o novo governo.

O retorno:

1° – Um novo nome do PT será lançado candidato às eleições presidenciais de 2018. Se não for Haddad, o queridinho da intelligentsia paulista, lançarão alguém cuja vantagem eleitoral seja o simples fato de não ter experiência, livrando-o de acusações de incompetência e/ou desonestidade, a mesma estratégia usada na indicação de Dilma Youssef.

2° – Aproveitando-se da desilusão política e do desespero econômico e social, as propostas do candidato se assemelharão a do Lula de outros tempos – promessa de guerra contra o capital financeiro e intervenções sistemáticas na economia.

3° – Vencendo ou não as eleições, o caminho da volta do PT ao poder já estará sendo pavimentado pelo esquecimento da sociedade e pelo poder de desconstrução da história que a esquerda tem, exaltando o período petista como o de maior desenvolvimento do Brasil, marcado apenas por vitórias, bilhões de brasileiros conduzidos da pobreza à classe média por um governo sempre aberto ao diálogo, que empenhou-se na maior luta contra a corrupção já vista na galáxia – todos os membros do PT presos por corrupção serão lembrados como vítimas dos crimes pelos quais foram condenados.

4° – As personalidades de Dilma e de Lula, preso ou exilado, serão enaltecidas como os dois maiores heróis da história brasileira; substituirão os rostos de Lenin e de Fidel nos eventos de todos os partidos da extrema esquerda do Brasil e também de muitos outros da América Latina. Serão lembrados como figuras abnegadas, personificação do mais elevado altruísmo, que deram tudo de si por um projeto democrático de liberdade e de desenvolvimento mas que, a despeito dos seus esforços por uma união nacional por meio do diálogo e da conciliação, foram covardemente perseguidos, sabotados, caluniados e estuprados por Jair Bolsonaro, Diogo Mainardi, FHC, Aécio neves, Rodrigo Constantino e pelas elites capitalistas nacionais e internacionais. Serão feitos filmes, gravadas músicas e escritos livros sobre o heroísmo dos dois.

5° – O resgate do discurso radical atrairá o público hoje alinhado ao PSOL, ao PSTU e ao PCdoB; mas tal radicalidade será amaciada aos poucos para atrair também parte da classe média produtiva. Uma nova estampa “paz e amor” será apresentada pela mídia na medida em que o público original desse “novo PT” for envelhecendo e amadurecendo, mesma estratégia adotada pelo partido para a eleição de Lula em 2003,

6° – O PT voltará ao poder quando a país tiver sido recolocado nos trilhos e quando a sociedade tiver se esquecido do quanto o partido roubou e corrompeu. Modernizado em discurso e em prática, retomará os esforços de aparelhamento do Estado de forma mais sutil, porém, mantendo os mesmos projetos ideológicos que infelizmente nunca deixarão de ser o meio de subsistência de boa parte dos artistas, dos intelectuais e dos sindicalistas da América Latina.

Resumindo: Depois de destruir a economia do país, o Partido dos Trabalhadores deixará que os maiores problemas explodam no colo de seus adversários, para assim reconstruir a imagem que o próprio nome do partido ironicamente sugere.

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

4 comentários em “O plano B do PT

  • Avatar
    10/10/2015 em 12:01 pm
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    acho bem possivel, mas espero que até a reconstrução do PT, ja tenhamos feito reformas estruturais, criado mecanismos de informação e transparencia e dado um minimo de educação ao povo para que não caia mais em esparrelas.

  • Avatar
    24/09/2015 em 9:24 pm
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    ” Depois de destruir a economia do país, o Partido dos Trabalhadores deixará que os maiores problemas explodam no colo de seus adversários, para assim reconstruir a imagem que o próprio nome do partido ironicamente sugere.”

    Tarso Genro ja fez isso aqui no RS. É a estrategia natural do PT

  • Avatar
    23/09/2015 em 1:49 pm
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    A análise mostra bem como foi a experiência passada do PT para chegar ao poder. Mas, com relação ao futuro é preciso perguntar: “combinaram com os russos?”

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    23/09/2015 em 11:26 am
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    João, acho que em sua análise faltou considerar um importante ponto: hoje em dia, graças à atual crise financeira e aumento de todo o tipo de preço, o nome do PT está queimado até mesmo entre os pobres, excetuando-se a população extremamente carente e o pessoal da mamadeira.
    Ou seja, é muito difícil o PT voltar às “origens” e se repavimentar; o povo dificilmente cairá em suas mentiras novamente. O que pode acontecer é um novo partido, de origens e objetivos idênticos, começar a fazer este modus operandi uma vez que o PT caia.

Fechado para comentários.

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