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O movimento liberal precisa de alguns Tico Santa Cruz

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Ideias Liberais Mises

Logo que comecei a estudar o liberalismo, descobri o que faltava para suas ideias serem realmente abraçadas pelo grande público: Um apelo emocional via linguagem artística.

Formei-me em arquitetura. Trabalho como artista plástico. Vivo disso. Portanto, sei como funciona o raciocínio e os sentimentos do meio criativo.

Pergunto:

Será que é mesmo muito difícil enxergar que as lideranças da extrema-esquerda não falam diretamente para seus eleitores, mas para suas caixas de ressonância nos palcos da sociedade?

Será que é mesmo muito difícil enxergar que são essas caixas de ressonância, os artistas, que difundem a mentalidade socialista?

De Lula a Freixo, eles falam o que sabem que os artistas terão facilidade para sintetizar e propagar. Palavras de ordem. Frases de efeito. As mais absurdas retóricas que no calor de um show ou numa entrevista, soam como poemas, excitam os revolucionários do Leblon e de Higienópolis, alimentam conversas embriagadas.

São essas pessoas que influenciam a conotação das reportagens nos grandes canais de comunicação.

São essas pessoas que participam dos programas de TV.

São essas pessoas que disseminam a mentalidade socialista.

O que qualquer idiota do PSOL diz na TV é convertido em letras de músicas, em pichações, em performances artísticas, em justificativas de exposições, em palestras nas universidades, em pauta de reuniões nos centros acadêmicos etc, inundando a sociedade com todo tipo de besteira que, em conjunto, dá força aos movimentos e partidos de esquerda – e é isso o que importa, FORÇA!

O movimento liberal, por mais e melhor que esteja se organizando, já se encontra diante de uma muralha construída por ele mesmo: a obsessão por ter como interlocutores apenas grandes entendidos no assunto, experts em Mises, Hayek, Bastiat, Friedman etc. Como resultado, as argumentações quase sempre têm um viés econômico e de pouca assimilação popular.

A soberba intelectual da grande maioria dos líderes do movimento liberal brasileiro intimida artistas não alinhados à esquerda a levantarem, por intuição e/ou afinidade, a bandeira do movimento.

O título deste texto não é uma simples provocação. O movimento liberal precisa de alguns idiotas, de alguns fanfarrões, de algumas pessoas que falem um monte de besteiras em defesa da liberdade, contra o socialismo.
Sejamos realistas:

Não estamos num debate acadêmico, discutindo ideias. Estamos num país sufocado por estado e política. Estamos numa guerra. Não iremos ganhar espaço falando de Hayek para 180 milhões de semianalfabetos.

A máquina socialista será detida apenas quando chegar ao poder um grupo de liberais forte o suficiente para rever toda a grade curricular das escolas e acabar com o financiamento estatal da extrema-esquerda. Para tanto, o caminho precisa ser trilhado na política; e esse caminho depende do apoio do meio artístico.

O movimento liberal precisa sair do mundo virtual e pousar no mundo do eleitor. Precisa entender que política é guerra de retórica e de mídia, não de ideias. Precisamos guerrear com as mesmas armas que eles usam contra nós.

Não podemos nos iludir com a derrota dos partidos de extrema-esquerda nas eleições municipais.

Parafraseando Mark Twain, enquanto os liberais estão calçando os sapatos, os socialistas já estão dando voltas ao mundo difundindo suas ideias.

O Spotniks, de Rodrigo da Silva e Felippe Hermes, faz um trabalho extraordinário de desconstrução do socialismo, mas fiquei um tanto espantado com o artigo publicado recentemente, que tinha o seguinte título:

As opiniões políticas de um artista valem tanto quanto as críticas de arte de um político.

Infelizmente, essa é a mentalidade que predomina nas lideranças do movimento liberal − enquanto PT, PSOL, PCdoB etc dão espaço a qualquer um que levante suas bandeiras.

Talvez, um exercício imaginativo ajude a esclarecer o que deve ser feito:

Imaginem o movimento liberal como uma fábrica de chocolate que só faz o tipo “meio amargo”, com ingredientes finíssimos e com uma embalagem tradicional. Isso é uma opção dela. Existe mercado para isso. Mas, se quiser dominar o mercado, a fábrica terá que se empenhar num programa de popularização da marca e do produto, provavelmente criando outros para, em conjunto, impulsionar a venda do produto original da empresa.

Traduzo:

O movimento liberal precisa se popularizar, criar novas camadas em sua estrutura, ter suas caixas de ressonância nas universidades, no meio cultural e televisivo.  

Como?

Enviar os livros essenciais aos artistas. Convidá-los para todos os eventos. Dar a oportunidade para exporem suas críticas ao que entendem como “livre mercado”, para que os liberais possam explicar o que isso de fato significa e quem realmente ganha com isso.

O movimento liberal precisa modernizar sua linguagem publicitária e editorial, precisa convidar artistas que demonstrem inclinação ao liberalismo a compor os quadros de colunistas em sites e blogs, repercutindo as publicações em todos os canais não apenas para maximizar o alcance, mas também para motivar o artista a querer se manifestar cada vez mais.  

Quem se identificar, irá criar sua própria forma de falar sobre isso com outras pessoas, com seus fãs e com a grande imprensa.  A ordem espontânea de Hayek fará seu trabalho.

Por mais paradoxo que seja, falta ao movimento liberal um olhar empresarial sobre seu público potencial.

Aos que dizem que os artistas tendem necessariamente ao socialismo, afirmo que não.

Os artistas tendem à contestação, ao questionamento. São contra o “sistema” porque o enxergam como explorador dos mais pobres.

O que ocorre é que o “sistema” que eles enxergam é o que foi massificado por décadas de doutrinação socialista em larga escala. Nunca ouviram nada diferente. Portanto, falta apenas explicar que esse sistema que eles tanto odeiam é o pilar de sustentação do socialismo.  

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

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