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O espanto do espantalho

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Em sua coluna no jornal O Globo, Fred Coelho decidiu compartilhar seu espanto em relação aos rumos do país num texto chamado Espanto. Com todos os problemas que o país sofre, alguns de longa data, como a famigerada corrupção, o Sr. Coelho… soube… apenas reclamar. E ainda com erros grosseiros, sem conseguir se expressar claramente, repetindo certas falhas que, no fundo, alimentam alguns problemas que o assombram.

O modo como o texto é escrito, apresentado, articulado… é no mínimo preocupante. Parece uma espécie de grito, e um grito irracional, como uma daquelas reclamações de adolescentes que, embora certas em um ou outro ponto, não têm maturidade e concretude suficientes para serem bem explicitadas, para serem consideradas sérias, enfim, adultas. Mas para adolescentes isso é esperado, e até bom. Não se espera, intelectualmente, que a adolescência trará frutos vigorosos e produtivos, uma vez que é nesse período de vida onde aprendemos a ponderar e a nos apresentar de forma mais correta.

Mas o Sr. Coelho não é um adolescente, não mais.

Leia o texto de cima a baixo e verá que, afinal, não se consegue absorver muita coisa. O artigo de Coelho é afogado por paixões, sem conseguir explicar muito do que pretende, envolto apenas em exasperações sentimentais, vazias de conteúdo e, embora o leitor não consiga absorver nada de fato, é possível entender a linha de raciocínio na qual o autor está inserido.

Fred Coelho se enquadra na esquerda rancorosa. Acredita que o governo de Temer é ilegítimo, malgrado ter sido fruto do processo de impeachment mais validado e justificado na existência. O legislativo e o judiciário validaram a saída da inepta Dilma Rousseff, apoiados em massa pelo povo brasileiro, que foi protagonista das maiores manifestações do hemisfério ocidental do globo (!). Talvez a paixão negativa que guia o coração e a mente do autor também seja alimentada pelo fato de as esquerdas, completamente, estarem sem nenhum espaço efetivo nas ruas. Quando reúnem duas mil pessoas (boa parte destas pagas para protestar, aliás) e conseguem que mais cinco entrem em greve, declaram que o país parou, que as ruas estão tomadas… Mas a realidade é bem mais forte do que qualquer desejo ideológico descabido. No fundo, a esquerda sabe que não passam de filhos de burgueses, branquinhos como leite, saindo de camisa vermelha – apoiados por números risíveis de trabalhadores de fato.

Falando em fatos, é também um que Fred Coelho está cansado. Cansado da corrupção? Curioso… Será que ele também estava cansado da matriz dos maiores esquemas de corrupção do país? Não víamos tanto roubo e tantos escândalos nos governos que precederam o PT – e as teias criadas pelas aranhas vermelhas, estas que sustentam o sistema de corrupção sobrevivente ao PT.

E quanto à questão religiosa? Religião e política? Religião e Estado? Isso espanta mais ainda o Coelho! Basta nos indagar, claro, como é que o princípio dos Estados Laicos, na realidade, está alicerçado no cristianismo. Não é a mesma Constituição Brasileira que, primeiramente, está na proteção de Deus? Não foi a Constituição Americana, a do primeiro Estado Laico do mundo, que, segundo um dos seus próprios autores (John Adams), foi feita para um povo cristão?

De que ligação negativa é esta que o Sr. Coelho fala? Seria a mesma que, durante toda a história das democracias, está na normalidade com a existência de partidos declaradamente cristãos? Não é a religião que está sendo promíscua com a política, com a máquina pública, mas sim a invenção desse suposto “Estado Laico” da segunda metade do século XX, que faz questão de ignorar que democracias modernas são de berços cristãos, que a laicidade moderna foi feita em moldes cristãos. Não é que o Estado não possa ser tocado por questões religiosas… é o que laicistas forjaram, criando uma falsa dicotomia entre poder público e religião.

No fim, as reclamações de Fred Coelho não passam de engodos. São espantalhos, criados para espantar os corvos, mas sem concretude alguma, sem nenhum apego à realidade, ao mundo existente.

É, claro, a típica e histórica mania de deixar as paixões e o sentimento afogarem a razão, o discernimento…o bom-senso.

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Hiago Rebello

Hiago Rebello

Graduado e Mestrando em História pela Universidade Federal Fluminense.

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