O brasileiro e as ideias liberais
A população brasileira quer um estado enxuto e mais eficiente. Então, porque os liberais ainda falham em oferecer aquilo que tanto carece à população e esta cai em conversas populistas?
A pergunta parece ser de difícil resposta ou parece que basta dar uma resposta elitista culpando o povo por esta escolha, que encontraremos a conclusão inefável dos fatos.
Mas a verdade é que o liberalismo brasileiro não foi capaz de ser claro ao cidadão no que está disposto a oferecer.
Vamos relembrar um pouco o pleito recém finalizado e vamos recapitular a campanha do único partido que se manifesta abertamente como um partido liberal (outros têm ideias similares, mas ainda temem em admitir que são liberais).
Você relembra a campanha em si, e em relação ao marketing político que foi oferecido, um tema dominou amplamente os assuntos propostos pelo partido, que foi o Fundo Eleitoral. O tema foi tão explorado que até mesmo no primeiro debate presidencial, o candidato do NOVO, Luiz Felipe D’Avila colocou o tema como resposta a uma pergunta sobre o uso desregrado da religião na política.
Porém, quando se fala em “estado enxuto e eficiente” para a opinião da população, se fala de coisas que afetam muito mais diretamente o cidadão.
Estado enxuto e eficiente trata-se do estado onde o privilégio das estruturas de poder são reduzidos, como os altíssimos salários de políticos, juízes e funcionários públicos federais, e o dinheiro economizado seja destinado a áreas essenciais, como a saúde, educação e segurança pública.
Trata-se, portanto, de cortar aquilo que é visto como uma regalia aos olhos populares, e direcionar esta verba para áreas essenciais do serviço público, coisa que, na minha opinião os liberais falham em vender a eleitores.
Muitos eleitores se rendem aos populismos, pois são polarizados em escolher discussões propostas por grupos personalistas distintos, enquanto alternativas políticas caem na mesma armadilha.
Enquanto o PT altera estruturas do estado para voltar a aplicar seu gigantismo estatal, parte da oposição está temerária ao fantasma subjetivo do comunismo. E o próprio PT não chegou ao poder denunciando erros de gestão de Bolsonaro, mas sim pregando contra um suposto fantasma fascista que rondava o país.
E os liberais? Bom, cabe a eles agora escolher se vão mostrar à população que desejam seu estado enxuto, ou se irão se render a uma luta de moinhos de vento com Dom Quixote de La Mancha contra o comunismo.
* Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.