Lulla e suas candidaturas
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Tenho acompanhado os pronunciamentos da presidente Rousseff com enorme curiosidade, dado que o Poder Executivo no Brasil é quase um regime monárquico.
Como sua eleição foi fruto de uma intensa campanha do ex-presidente Lulla, que aglutinou um grande número de partidos para estabelecer larga base de sustentação, sem olhar os projetos partidários e os de seus líderes, a compra de apoio político está sendo paga com ministérios (capitanias hereditárias) cujo foco é o de angariar recursos para os partidos a que pertencem e, especialmente, para seus titulares e dependentes.
Os ministros escolhidos (por Lulla) e seus substitutos não guardam qualquer relação com suas experiências profissionais ou, mesmo, interesses. É o caso do bispo (licenciado) Crivella, indicado para o ministério da Pesca, com o objetivo básico de reforçar a candidatura de Fernando Haddad, um neófito em política.
A escolha de nomes como Haddad e Dilma tem reforçado a visão de que Lulla é um eleitor imbatível. Embora inteiramente desconhecido pela população paulistana, graças ao padrinho e às coligações que vão apoiá-lo, a formalização da candidatura de Haddad reforça duas convicções.
A primeira é a de que Lulla quer permanecer como o único presidente da República com formação secundária incompleta; a segunda e mais óbvia é a de que seu “protegido” seja obrigado a formar ministério ou secretaria de pessoas por ele indicados. Só assim se justifica, por exemplo, a substituição de 7 ministros nos últimos 8 (oito) meses, que Dilma teve que efetuar. Embora já os conhecesse e, certamente, sabia de suas fichas corridas, ela os demitiu depois de desacreditados.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL