2024, dia 2: Jeff Bezos, americano, e Bernard Arnault, francês, dividem o segundo lugar numa dessas listas que elencam os homens ou mulheres mais ricos do mundo, logo atrás do sul-africano Elon Musk.

É interessante que o americano adquiriu sua fortuna através do comércio massificado, feito em larga escala, atendendo à demanda dos consumidores por produtos baratos, com custo-benefício compatível ao valor que agregam à vida dos seus usuários; já o francês amealhou sua riqueza atendendo ao mercado formado pelos aristocratas que buscam luxo e exclusividade, que veem como valor objetivo. De certa forma, cada um desses empresários representa o espírito da sociedade em que vive.

Se há essas discrepâncias na atuação dos dois comerciantes, por outro lado, há um ponto em comum indiscutível que muita gente não percebe, mesmo fazendo parte do proletariado ou da burguesia, para usar termos que invocam emoções contraditórias. O ponto comum pode ser deduzido da pergunta cuja resposta é óbvia: quem empobreceu para que os bilionários citados enriquecessem? Ninguém, muito pelo contrário.

Atuando em mercados livres da proteção imprópria do Estado, sujeitos à competição real e potencial, sem o benefício do uso da coerção nas suas relações empresariais, só puderam enriquecer nesse nível enriquecendo a vida de incontável número de consumidores e fornecedores, em uma intrincada e não-rastreável cadeia produtiva que gera oportunidades, cria valores, premia e pune os agentes econômicos com base nos princípios da justiça.

Esse processo seria perfeito se não enriquecessem com ele os parasitas que nada produzem e vivem como nababos ou mesmo como pobres-coitados sustentados pelo uso da força.