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Desconhecimento de soluções para problemas factuais

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Como consultor empresarial, buscando auxiliar organizações a melhorarem seus desempenhos em vendas, de forma recorrente, tenho identificado uma relevante situação problemática. O problema em questão ocorre tanto com profissionais experimentados em vendas quanto com novatos na área.

Muitas vezes, um cliente potencial, numa interação com um determinado vendedor, solicita um produto/serviço e/ou uma “solução”, aquela que entende ser a mais adequada para resolver o seu problema.

O que, então, o vendedor faz? A meu juízo, equivocadamente, o vendedor, de maneira afoita, procura vender justamente aquele “produto/solução” requerido pelo potencial cliente.

É essencial que o vendedor resista à tentação de fechar rapidamente um negócio, questionando e compreendendo profundamente as reais necessidades e as implicações do cliente potencial. Muitas vezes, o cliente não conhece, de fato, qual seria a melhor solução para o seu problema – ele não é o especialista naquilo. Se o vendedor se desse, ao menos, o singelo trabalho de perguntar e de ouvir atentamente o cliente potencial, provavelmente ele compreenderia e venderia a “solução ideal” para esse cliente. O corolário seria um aumento do ticket de venda e, claro, do nível de satisfação desse comprador.

Tal trivial situação conduz-me a pensar, similarmente, sobre aquilo que ocorre no contexto sociopolítico. Na realidade, aparenta-me que a eleição de Milei e as necessárias reformas estruturantes na economia argentina passam, de alguma maneira, por essa temática. Na imensa maioria dos países latinoamericanos, tais como na Argentina e no Brasil, a população sofre com a escassez de educação, de empregos, de renda, enfim, de condições básicas para viver uma vida digna e prosperar por conta própria.

A mentalidade e a dependência induzida são doenças graves, das quais se locupletam elites podres que propõem as sempre ineficazes soluções de cura; o ciclo vicioso se retroalimenta. Desse modo, os indivíduos – clientes – acreditam que a melhor solução para os seus problemas são as políticas e as propostas populistas/assistencialistas de políticos coletivistas, verbalizadas em tom benevolente. Elas prometem resultados curto-prazistas visíveis, mas que, no médio e longo prazos, trazem o aumento da pobreza e do caos – aquilo que não se vê.

É mesmo uma tarefa hercúlea fazer com que políticos bem-intencionados, dotados de remédios adequados para uma efetiva cura dos males econômicos e sociais – os melhores vendedores -, possam apresentar, de maneira clara e persuasiva, as verdadeiras soluções para os problemas da população – dos clientes. A “solução coletivista” imediatista, o conhecido engodo, sempre é bem mais sedutora e, evidente, os “benefícios” no presente sempre parecem ser mais prazerosos do que as genuínas soluções no médio e longo prazos.

Os indivíduos desconhecem as verdadeiras soluções para suas dificuldades, e seus estímulos para “comprar” estão sempre à flor da pele. A ignorância econômica reina, não há novidades. Esse é o mecanismo de funcionamento da “venda” da trupe coletivista.

Como num processo de venda complexa, é fundamental que os “bons políticos” compreendam, expliquem e detalhem, de forma objetiva e clara, as propostas e os benefícios que factualmente trarão as reais soluções para as necessidades e as aspirações da população.

Sem dúvida, diante das mazelas situacionais de países latino-americanos, o Estado inchado e o abissal intervencionismo estatal ludibriam as mentes, os corações e as barrigas de incautos; é mais fácil terceirizarem suas responsabilidades para a “grande-mãe”. É necessário, cada vez mais, demonstrar, explicar e detalhar para os compradores-indivíduos o pacote de valor que, objetivamente, é capaz de melhor resolver os seus respectivos problemas.

Os mercados livres já provaram que são capazes de resgatar milhões de pessoas da pobreza e melhorar as condições de vida e o bem-estar material dos indivíduos. Basta analisar a história econômica, os fatos.

São os indivíduos e as empresas nesses mercados que geram empregos, renda e riqueza – em especial, pela existência e pelo aumento da concorrência para satisfazer às demandas dos indivíduos-consumidores.

Em vendas, o processo de descoberta das necessidades dos potenciais clientes é crucial. Muitas vezes, os compradores desconhecem as genuínas soluções para os seus problemas. Na “venda política”, chegou a hora de transformar a apresentação do pacote de valor. Cada vez mais, é fundamental demonstrar, explicar e detalhar a solução, o liberalismo, verdadeiramente bom para resolver as necessidades das pessoas – de fato, aquilo que cria mais empregos, renda, riqueza e prosperidade para a população.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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