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A descoberta da “burrocracia”

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MATHEUS FARIAS*

Hoje, recebi o telefonema de uma agente do Cartório de Registros de minha cidade, ela informou-me que foram localizados documentos do Grêmio Estudantil, que há muito eram procurados. Tão logo recebi a informação, me dirigi até o referido cartório. Ao chegar, e após receber atendimento, fiquei de pé ao lado do balcão, aguardando um último documento, enquanto o fazia, observava os funcionários e até mesmo alguns clientes que ali estavam.

Duas funcionárias, sentadas atrás de suas mesas, faziam o que parecia ser um fechamento de caixa, já que uma contava algumas cédulas monetárias e algumas moedas, enquanto a outra parecia fazer contas no computador. Assim, dava a entender, que conferiam o resultado. Uma delas parecia estar preocupada com algo, levantou-se, entrou em uma sala que ficava à nossa frente, e pelo barulho, pareceu pegar algum documento em um armário de zinco, retornou à sala de atendimento, sentou-se novamente e desta vez com um semblante mais aliviado, retomou suas contas.

Muito me chamou a atenção os livros que estavam na sala em frente, que pareciam ser uma espécie de arquivo, já que lá constavam os livros de registros do cartório, os que mais se destacavam, eram os primeiros da fileira de cima da estante que se via uma parte de onde estava, eram livros de registro – diga-se de passagem, tudo muito bem organizado – aparentemente antigos, provavelmente ainda da década de 60. Mera suposição.

Já a minha direita, estavam mais duas funcionárias trabalhando, uma provavelmente checava dados no computador, enquanto outra procurava atentamente algo em um grande livro, que parecia ser um pouco velho. De repente, o telefone toca, e esta ultima atende, presta algumas informações e desliga; novamente o telefone chama, desta vez ela não atende, e escuto quando diz: “não agüento mais atender este telefone, chamou o dia inteiro!’’. Então, a funcionária que estava a seu lado, trabalhando no computador, atende, vira-se para o oficial de registros que estava em uma mesa atrás procurando um documento e fala à pessoa do outro lado da linha que torne a ligar depois de uns 20 minutos; o oficial, aparentemente “estressado’’ – assim como os ali presentes – diz que mandasse a pessoa ligar após uma hora, já que estava assaz atarefado.

Creio que todos os que ali estavam, pensavam no que ainda tinham para fazer, em especial os funcionários do Cartório que pareciam fisionomicamente cansados, pensavam provavelmente, também, no que iriam fazer após seu expediente, no seu lazer.

Então o oficial de registros levanta-se, pega a recém impressa folha, dirige-se a mim e a entrega (queria fazer alterações no documento que arrecadei, portanto pedi orientações); tão logo me entregou o documento, saiu apressado em direção a sua sala.

Saí do cartório, e caminhando pela rua, fui lendo o documento; quando terminei fiquei estarrecido com tamanha lista de documentos e certificações a providenciar para realizar uma simples alteração em um Estatuto. Não pediram uma amostra de DNA, porque a pessoa era jurídica.

Então fiquei a pensar se tudo aquilo era de fato necessário; queria saber o que era em teoria burocracia, encontrei a seguinte definição: “algo que tornasse a organização eficiente e eficaz, garantindo com ela: rapidez; racionalidade; homogeneidade de interpretação das normas; alcance dos objetivos etc. É… parece que não era burocracia e sim burrocracia, que nada mais é do que o excesso de normas e regulamentos, limitação de iniciativa, desperdício de recursos e ineficiência generalizada dos organismos estatais e privados, este entrave paralisa o país, sufocando qualquer chance de desenvolvimento.

Mas… o que esperar de uma política a qual é desenvolvida por políticos corruptos, que dá direitos excessivos ao bandido preso e mal garante a segurança dos cidadãos?

É o mais triste é saber que a culpa disto é dos eleitores, pois político não faz concurso público, ganha votos. E, sendo assim, pelo emprego deste sistema o Brasil é um país atualizado com Leis arcaicas.

É amigo leitor, a antiga burocracia tornou-se atualmente “burrocracia’’, quem diria que para fazer uma simples alteração em um documento que compete a mim, como mero cidadão, teria que fazer um longo processo jurídico, que poderia ter sido resolvido com mais agilidade e eficiência, se ao invés de preencher tantos documentos e cumprir inúmeros protocolos, eu fizesse apenas um ato administrativo… mas, na minha cidade, assim como no restante do país é assim mesmo, uma “burrocracia’’ infindável.

*ESTUDANTE SECUNDARISTA

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