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A Defesa Moral dos Combustíveis Fósseis

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Alfredo Sirkis assina um artigo hoje, 16/02, em O Globo onde defende que o paíse deveria investir mais em energia solar, não por acaso, uma das meninas dos olhos dos ambientalistas, juntamente com a energia eólica. De acordo com o autor, já é tempo de dar à energia solar um empurrãozinho (leia-se: subsídios).   Sirkis abre o artigo com alguns dados:

A produção de energia solar, em todo o planeta, cresceu 39% em 2013. A Alemanha, com duas vezes e meia menos insolação que o Brasil, já é capaz, em determinados dias de verão, de atender 40% do consumo com suas “fazendas solares” e geração solar distribuída. A China em poucos anos tornou-se uma potência solar, conseguindo baratear seus painéis fotovoltaicos em mais de 80%. Os EUA incrementaram seu solar em 418% entre 2010 e 2014.

O que Sirkis não diz é que, apesar de todos esses incrementos, a energia solar representa menos de um por cento da energia consumida no mundo, como mostra o gráfico abaixo.

 

Ao ler o artigo de Sirkis, não pude deixar de lembrar de um excelente livro que li há pouco: “A defesa moral dos combustíveis fósseis”, de Alex Epstein.

Segundo Epstein, os “experts” quase sempre se concentram sobre os riscos e os malefícios inerentes aos combustíveis fósseis, mas quase nunca nos seus imensos benefícios. E os benefícios dessa energia barata e confiável, que alimenta as máquinas e equipamentos de nossa civilização são enormes. Na verdade, eles são fundamentais para nossa vida, produzindo alimentação, vestuário, abrigo e assistência médica abundantes, entre outros bens e serviços.

Não por acaso, segundo Epstein, e ao contrário do que gostariam os ambientalistas como Sirkis, “a partir da década de 1970 até o presente, os combustíveis fósseis têm sido esmagadoramente o combustível escolhido, particularmente nos países em desenvolvimento. Se, nos Estados Unidos, entre 1980 e 2012, o consumo de petróleo aumentou 8,7%, o consumo de gás natural aumentou 28,3%, e do consumo de carvão aumentou 12,6%, durante esse mesmo período, no mundo em geral, o aumento do uso de combustíveis fósseis foi muito maior. Hoje, o planeta utiliza 39% a mais de óleo, 107% mais carvão e 131% mais de gás natural que em 1980”.

Enquanto isso, as energias prediletas dos ambientalistas – solar e eólica – representam apenas uma percentagem ínfima da energia consumida no mundo, pois além de serem muito caras, são pouco confiáveis, principalmente em razão da sua intermitência e dificuldade de armazenamento.

Epstein demonstra no livro, através de um grande número de dados conhecidos, a forte correlação histórica entre o aumento do uso de combustíveis fósseis e o incremento dos padrões de vida do ser humano.

Há dados interessantíssimos, embora contrários ao senso comum e às notícias alarmantes que a mídia em geral não para de produzir, demonstrando de forma inequívoca as reduções drásticas nos infortúnios relacionados com o clima, incluindo as mortes por secas, tempestades, inundações, nevascas, etc.

Como não poderia faltar, há capítulos inteiros dedicados ao aquecimento global, onde o autor separa o que há de científico do que é simplesmente alarmismo baseado em hipóteses que não estão se confirmando.  Para começar, ele explica a ciência por trás da teoria do Aquecimento Global:

“Aqui está o resumo do que realmente ocorreu – um resumo com o qual quase todos os cientistas do clima teriam de concordar. Desde a revolução industrial, a proporção de CO2 na atmosfera aumentou de 0,03% para 0,04%, e as temperaturas subiram menos de um grau Celsius, a mesma taxa de aumento ocorrida em muitos outros pontos na história. Poucos negam que, durante os últimos quinze anos ou mais, um período acentuado de aceleração das emissões de CO2, tem havido pouco ou nenhum aquecimento – algo que nenhum dos modelos conseguiram prever…

Portanto, todas as previsões de futuras consequências drásticas estão baseadas em modelos especulativos que não conseguiram prever a tendência até aqui, e especulam sobre uma tendência radicalmente diferente do que o que realmente aconteceu nos últimos 30 a 80 anos de emissões em quantidades substanciais de CO2 .”

O que nos traz ao gráfico mais estupefaciente de todo o livro, que mostra de forma claríssima como todos os modelos de previsão climática falharam até aqui de forma drástica:


E são esses mesmos modelos falhos que ainda tentam nos empurrar goela abaixo para nos convencer de que os combustíveis fósseis representam o apocalipse da humanidade.

Epstein trata ainda, de forma interessante e didática, da questão da “sustentabilidade”, explicando que “recursos” não existem em si mesmos, mas são o resultado da inovação e da tecnologia humanas.

“Os recursos não são tomados da natureza, mas criados a partir da natureza “, diz ele. “O que vale para as matérias-primas de carvão, petróleo e gás, também se aplica a cada matéria-prima na natureza. Eles são todos os recursos possíveis, com potencial ilimitado a se tornar valioso pelas mentes humanas. . . . Não há limite inerente para os recursos energéticos – só precisamos de liberdade e da engenhosidade humana para para descobrir maneiras de transformar energia sem uso em energia utilizável…”

Este é o princípio que explica a forte correlação entre o uso de combustíveis fósseis e o enorme progresso havido nos últimos dois séculos: a engenhosidade humana transformando recursos potenciais em recursos reais – incluindo o recurso mais fundamental, a energia.

“Se olharmos para a história”, diz Epstein, “uma porcentagem extremamente desproporcional de idéias valiosas ocorreram nos últimos séculos, coincidindo com a civilização do combustível fóssil. Por quê? Porque tal civilização produtiva nos compra tempo para pensar, descobrir e, em seguida, usar esse conhecimento para nos tornar mais produtivos…  Devemos ser gratos às gerações passadas pela produção e o consumo de combustíveis fósseis, e não pensar em restringi-los e tentar sobreviver com algo inferior”.

Na verdade, temos volumes efetivamente ilimitados de recursos à nossa disposição, diz Epstein. Tempo é o insumo de que mais precisamos: “Se a vida humana é o nosso padrão, então o recurso mais importante em que se deve focar é o nosso tempo. O uso de combustíveis fósseis nos compra tempo. Ela nos compra mais vida. Ele nos compra mais oportunidades. Ele nos compra de mais recursos. Os combustíveis fósseis são uma ferramenta incrível para criar esta valiosa forma de riqueza, este recurso supremo: tempo para usar as nossas mentes e os nossos corpos para desfrutar de nossas vidas, tanto quanto possível.”

Isso traz Epstein ao seu capítulo final, que envolve uma discussão da patologia mental ambientalista. “A razão pela qual eles se opõem aos combustíveis fósseis, e não enxergam as suas virtudes, não é principalmente por causa da falta de conhecimento factual, mas por causa da presença de um preconceito irracional . . . . O preconceito, encampado de forma consistente pelas lideranças ambientalistas … está na ideia de que a natureza intocada é o padrão último de valor.”

“A oposição dos líderes ambientalistas aos combustíveis fósseis … é uma tentativa coerente de perseguir o seu nível real de valor: um ambiente puro, uma natureza intocada. Energia é o nosso meio mais poderoso de transformar o ambiente em nossa volta para atender às nossas necessidades. Se o nosso padrão de valor é um ambiente inalterado, não transformado, então nada pode ser pior do que a existência de uma energia barata, abundante, e confiável.”

Evidentemente, Epstein não nega que o desenvolvimento e a energia dos combustíveis fósseis que o sustenta criam subprodutos – como o “smog” do carvão que ocorreu no passado em Londres e atualmente acorre em várias cidades chinesas – que devem ser minimizados, como já é feito nos países mais adiantados.  Mas esses subprodutos devem ser vistos no contexto geral dos benefícios obtidos a partir dos combustíveis fósseis.  E, como ele muito bem explica no livro, esses benefícios superam em muito os eventuais efeitos negativos, além do fato de que as novas tecnologias têm conseguido cada vez mais neutralizar esses efeitos.

 

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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