Agenda Liberal: combate à corrupção
Na última edição, a Agenda Liberal propôs: Corte drástico na burocracia** A seguir, o 12º segmento da série.
FRANCISCO LACOMBE *
O ponto de partida, também neste caso, é diminuir o tamanho do Estado. O Estado obeso facilita a corrupção. O Estado obeso estimula a corrupção porque o número de pessoas envolvidas em cada processo é muito grande e estão alocadas quase sempre em unidades diferentes, as estruturas organizacionais são enormes e isso dificulta a identificação dos malfeitos e dos corruptos.
O controle é muito mais difícil no Estado obeso. Por isso, a diminuição do Estado obeso é o ponto inicial do combate à corrupção.
O objetivo não é diminuir a corrupção, mas eliminá-la, embora isto não seja fácil.
- Os malefícios da corrupção não podem ser medidos apenas pelos valores monetários subtraídos aos cofres públicos, pois eles vão muito além disso. A corrupção cria um ambiente de falta de moralidade que acaba permeando todas as camadas sociais. O exemplo tem que vir de cima. Se os altos escalões são corruptos, todos os cidadãos se acham no direito de também o serem e começam a procurar mecanismos que lhes permitirão levar algum tipo de vantagem, lícita ou não.
Pior ainda é a impunidade dos corruptos, porque as pessoas acabam achando que o crime compensa. Mas nada é pior do que os dirigentes corruptos dizerem que a corrupção é normal, que sempre foi assim, que todos os governantes anteriores agiram assim sistematicamente, pois sinaliza uma legalização da corrupção, abre as portas para o roubo e o peculato. Isso desgraça o país.
Se não formos honestos, quem irá querer fazer negócios no nosso país, investir aqui ou comerciar conosco? Os maiores investidores serão os traficantes de drogas. Quem irá se esforçar para trabalhar se puder obter um ganho fácil em atividades ilegais? Só os que tiverem uma consciência muito pura ou os que não tiverem oportunidade de serem corruptos.
Precisamos implantar um ambiente de absoluta honestidade, mesmo que seja por interesse.
- É preciso instituir punições para os culpados com julgamentos rápidos e eficientes. Outra providência é acabar, ou pelo menos limitar consideravelmente, o foro privilegiado, que é um convite à impunidade. A seguir, uma verdadeira liderança criaria um ambiente propício à valorização da ética e da moral.
Enquanto isso não acontecer, continuaremos reféns das quadrilhas de malfeitores.
* PROFESSOR DE ADMINISTRAÇÃO
Na próxima edição: RESPONSABILIZAÇÃO DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS PELOS RESULTADOS ALCANÇADOS