fbpx

A farmacologia PolíTica vencida

Print Friendly, PDF & Email

por PEDRO LAGOMARCINO*

IngovernávelUm antes, outro depois. Esta é a posologia de um fármaco popular recomendado em balcões de farmácias, para amenizar o efeito das ressacas. Em época de carnaval parece ser um sucesso de vendas. Antes das reeleições, parte do eleitorado brasileiro resolveu “tomar” um dos comprimidos e decidiu se jogar dentro das fantasias do “bloco” que postulava o bicampeonato do baile político-carnavalesco. Passados mais de 7 meses da festa, agora parte de dissidentes dá sinais de ter pagado por um verdadeiro placebo que não fez efeito, e pior, não vai diminuir a dor de cabeça de ninguém.

É o que acontece com os “hipocondríacos intelectuais” que adoram consumir qualquer remédio para combater todos os males. Uma panaceia. Aliás, no mundo do self servisse da farmacologia política, o desastre é a medida mais cartesiana para quem dispensa a opinião dos especialistas e apela para o achismo.

A outra parte do povo brasileiro, mais prudente e realista, não “embarcou nesta” e agora canta o refrão Cazuzeando “estamos meu bem por um triz, pro dia nascer feliz”, o verdadeiro tema do próximo baile que se avizinha: o do “impeachment”. Além de tudo que já veio à tona, há não indícios, mas provas incontestáveis de que na verdade, “a banda do baile encenou uma peça”, se considerarmos as gráficas de fachada já identificadas, sem condições de imprimir ao menos uma folha de mimeógrafo, que foram utilizadas para receber milhões através de CNPJ’s falsos, intrinsecamente ligados à campanha de um ParTido. Isso para não falar da prestação de contas de campanhas do mesmo ParTido. Oportuno destacar ainda o posicionamento mais recente do Ministro Gilmar Mendes, em que ficou claríssimo haver provas consistentes de fraudes na prestação de contas adivinhem de quem? Bingo! O mesmo ParTido, o que teria resultado na aprovação do “inaprovável”. Em síntese, “a banda não tocou” e o que teria ocorrido foi uma espécie de playback, ou seja uma farsa de processo eleitoral.

Ditadores e absolutistas têm um traço em comum que os identificam. Todos não se sentem confortáveis nas roupas da democracia e da república. Todos se acham visionários ungidos pelo poder desde o berço e transformam, por via oblíqua, a democracia e a república em cinzas. Para que tudo não fique tão exPlíciTo, outros placebos, embora vencidos, seguem sendo ministrados por anos, de modo que o paciente nunca saia do estado de letargia. Como exemplo do panem et circenses, porém agora através de bolsas e vales, para uma camada de excluídos e marginalizados. Mais, alguns programas sociais pífios que nunca serão capazes de incluir alguém, verdadeiramente, ou retirar quem seja da situação de vulnerabilidade social em que se encontra. Pelo contrário, interessa a este (des)governo a manutenção do status quo, porque lhe permite fazer seus currais eleitorais, não por acaso, exatamente, nas regiões mais afetadas pela miséria e pela vulnerabilidade social, de modo a cunhar uma moeda de troca, pelo voto.

A despeito deste charlatanismo intelectual ser tão claro para alguns, como um dia de sol a pino, outros preferem se colocar de joelhos, seja porque estabelecem negócios escusos com o (des)governo, seja porque enxergam uma “coração valente” de óculos, em camisetas vermelhas estampadas, como se fossem lobotomizados. Um suvenir do ridículo, com um slogan bruzundanga que busca equiparar a atual Soberana ao que foi a vida de William Wollace (retratado no filme com este slogan), diga-se de passagem, um dos maiores heróis da Escócia. Suvenir que passou a render algumas moedas ao ParTido, com a pseudo-intelectualidade de quem queria bancar de despojado. Despojado da própria intelectualidade, ao querer comparar uma aprendiz de feiticeiro, com um herói que deu sua vida por uma causa e não a traiu, nem mesmo diante das torturas da inquisição, pagando com a própria vida. Onde estão os proprietários destas camisetas agora? Será que elas encolheram diante da vergonha, na medida em que quem as vestiu não pode alterar a verdade dos fatos que renderam as duas pautas de escândalos (mensalão e PeTrolão) mais longas da história do Brasil? Será que decidiram guardá-las? Será que estão proibidos de exercer sua liberdade de expressão, para dizer, verdadeiramente, o que pensam, porque seus empregadores lhes obrigam a apoiar o (des)governo? Não estão estas empresas metidas, até as entranhas, na operação Zelotes, com pagamento de propinas aos integrantes do CARF, para reversão ou anulação de multas, de forma manifestamente ilegal?

Aos lobotomizados pela “coração valente” e defensores do (des)governo federal, indagamos por que o país está em crise, se ao longo da campanha eleitoral se negaram, com veemência, o desemprego, a recessão e a inflação? Por que a conta de luz subiu tanto se tudo estava sob controle? Para compensar o estancamento da corrupção que a operação lava jato impôs? Por que o dólar disparou e atingiu o patamar em que se encontra hoje? Seria pela inflação controlada e pela ausência de recessão que tanto a Soberana negou existir ou seria pela “credibilidade” internacional do atual (des)governo federal? E por que o país foi rebaixado pela agência S&P? Seria isso tudo obra de um batalhão de gnomos que se divertem escondendo objetos, como fazem nas histórias infantis? Seria esta crise “culpa” de alguém, que não a própria inefetividade do (des)governo federal? O planejamento, as ações, as medidas não conseguem fazer frente a nada?

A verdade é uma só: este (des)governo é um verdadeiro placebo, na medida em que possui uma incapacidade perene e transversal, tanto de articulação, quanto de planejamento, como de execução. Ademais, passa-se ao largo de se cogitar de alguma espécie de gestão. Um total amadorismo. A Presidência do Brasil se encontra completamente acéfala. É um ser autóctone e desconexo da própria Vice-Presidência, da Presidência do Senado Federal e da Presidência da Câmara dos Deputados, todos, integrantes da base que o mantém.

É um despeito ver que a criadora do placebo culpa o corpo do doente (o Brasil) que seu próprio ParTido e seu próprio (des)governo puseram em coma. Esta é a única forma levianamente possível de transferir a culpa pelo fracasso, acusando a todos de “golpistas ou de golpismo”, seu mais novo bordão oficial. Basta não se curvar ou divergir, para receber este rótulo. Engraçado, os integrantes do mensalão e do PeTrolão não são golpistas depois de terem assaltado o país? E o que ocorreu na Caixa Econômica Federal, com pagamento de créditos podres, para clientes VIPS, às vésperas da campanha de reeleição, não é golpismo? E o superfaturamento em todos os estádios da Copa do Mundo, não é golpismo? E os pagamentos feitos ao então Ministro da Casa Civil, José Dirceu, através da cabalística, pasmem, JD consultoria, não é golpismo? E a revogação das metas da LDO, não foi ato engendrado por este (des)governo golPisTa? É exatamente quando se terminam com as metas objetivas que se cria o habitat necessário para o descompromisso e a irresponsabilidade florescerem, de modo a tornar o país um objeto de adversidades e nunca um sujeito de seu próprio destino. E as “pedaladas fiscais”, não são atos golPisTas? E o “mau negócio” da refinaria de Pasadena, não foi engendrado por golPisTas? E o fato do marido de Graça Foster possuir contratos milionários com a Petrobrás, quando ela presidia a Estatal, não é golpismo? E os contratos de consultoria obtidos por Antônio Palocci, enquanto era Deputado, isso também não é um ato golPisTa? E o Decreto nº. 8.243/14 que visava impor ao país os Conselhos Populares formados por movimentos sociais, pasmem, institucionalizados e não institucionalizados, não é golPisTa? E o Decreto nº. 8.515/15 “tirando” as Forças Armadas para aspirantes de escoteiros, não é golPisTa?

Se a Presidenta chega ao ponto de dizer que “usar a crise como mecanismo para chegar ao poder é versão moderna de golpe”, gostaríamos de saber se causar a crise é versão moderna de quê? De uma democracia e de uma república?

As perguntas não precisam de respostas porque é uma constatação a prática de servir-se em vez de servir, de locupletar-se e de usurpar o poder, em vez de promover o bem comum.

Golpistas não somos nós, golPisTas são vocês.

*Pedro Lagomarcino é Especialista em Direito da Propriedade Intelectual (FADERGS), Especialista em Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual (AVM/Cândido Mendes) e Especialista em Gestão Estratégica, Inovação e Conhecimento (ESAB).

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção e divulgação de idéias, teorias e conceitos que revelam as vantagens de uma sociedade organizada com base em uma ordem liberal.

Pular para o conteúdo