fbpx

É duro…

Print Friendly, PDF & Email

Para os liberais, assistir a esses debates na TV tem sido um exercício de auto flagelo.  Nem tanto pelas abobrinhas e mentiras desferidas em quantidades alucinantes pela candidata oficial, mas principalmente por conta das propostas e políticas defendidas pelo candidato da oposição, em quem teremos de votar não por opção, mas por uma questão de legítima defesa, na esperança de defenestrar do poder essa cambada bolivariana, antes que eles transformem o país n’algo análogo a uma Argentina ou até uma Venezuela.

É duro, quase uma tortura, ter de ouvir o seu candidato defender, com grande devoção e entusiasmo, que o Estado deva cuidar dos cidadãos do berço ao túmulo.  É duro ouvi-lo fazer apologia dos bancos estatais, aqueles antros de ineficiência, patrimonialismo, populismo e partidarismo, verdadeiros baluartes do compadrio entre governos e rent-seekers.  É duro vê-lo chamar o IPEA e o IBGE de instituições de excelência ou a Petrobras de empresa modelo.  É duro vê-lo evitar a todo custo defender o seu voto pela extinção da famigerada CPMF ou as privatizações do Governo FHC, como se isso fosse um crime pregresso que desejasse apagar da biografia.

Não menos doloroso é vê-lo calar-se, sem qualquer reação, quando a candidata oficial jactou-se de ter criado não sei quantos milhões de empregos.  Enfim, é terrível intuir que, tal qual a sua oponente, o nosso candidato ainda acredita que a vida é feita de almoços grátis.  Nesses momentos, não há muito o que fazer, senão trocar de canal ou ir para cama, ouvindo o velho Bastiat sussurrar em seu ouvido:

Não desejo outra coisa, estejam certos, senão que vocês tenham conseguido descobrir, apesar de nós, um ser benfeitor e inesgotável, que tem pão para todas as bocas, trabalho para todos os braços, capital para todos os empreendimentos, crédito para todos os projetos, bálsamo para todas as feridas, alívio para todos os sofrimentos, conselhos para todas as perplexidades, soluções para todas as dúvidas, verdades para todas as inteligências, distração para todos os aborrecimentos, leite para a infância, vinho para a velhice, que acuda a todas as nossas necessidades, atenda a todos os nossos desejos, satisfaça todas as nossas curiosidades, conserte todos os nossos erros, repare nossas faltas e nos dispense a todos, daqui por diante, de previdência, prudência, julgamento, sagacidade, experiência, ordem, economia, temperança e atividade.

E por que não iria eu desejar isso? Que Deus me perdoe! Quanto mais reflito sobre o assunto, mais reconheço que a coisa é cômoda e está demorando muito a chegar ao meu alcance. Esta fonte inesgotável de riquezas e luzes, esse remédio universal, esse tesouro sem fim, esse conselheiro infalível que vocês chamam de Estado.”

 

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

Pular para o conteúdo