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Uma Teoria Irrefutável

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O Globo deste domingo traz reportagem de página inteira, no espaço dedicado à ciência, sob o título “Deu a louca no clima”.  A matéria é de extrema pobreza e voltada exclusivamente ao alarmismo climático.  Tudo o que se pode ler nela se reduz ao seguinte:

O ano que mal começou nasce marcado pela ferocidade do clima. Os termômetros parecem enlouquecidos. A Terra ferve no Sul e gela no Norte. Extremos de frio e calor. O Rio, que na semana passada registrou seis das maiores temperaturas do mundo, atravessa uma onda de calor que afeta ainda outras partes do Brasil e da América do Sul. A Austrália enfrenta um dos seus mais escorchantes verões. Enquanto isso a América do Norte bate todos os recordes de frio da História recente. O mesmo sistema de tempestades gerou ondas gigantes na Europa e no Norte da África. São eventos extremos que, segundo climatologistas, se tornarão mais frequentes nas próximas décadas.

Já tive ocasião de mencionar, aqui mesmo, neste blog, que não é razoável, e muito menos científico, buscar em eventos meteorológicos extremos, como os mencionados acima, comprovação de mudanças climáticas.  Mas vamos aos fatos descritos na “reportagem”.

Qualquer criança que não faltou às aulas de ciências na escola provavelmente perguntaria, ao ler o texto acima: qual é a novidade em a Terra estar “fervendo” no Sul e “gelada” no Norte nesta época do ano?  Moro no Rio de Janeiro há mais de cinquenta anos e posso atestar que já sobrevivi a verões muito mais quentes do que esse.  A primeira semana do ano foi realmente muito quente, porém muito mais em função da sensação térmica (ausência de brisa marítima) do que efetivamente das altas temperaturas.

Inundações no Mar do Norte, nesta época do ano, por outro lado, também são frequentes e ocorrem desde priscas Eras.  O mesmo pode ser dito sobre os verões australianos.  Quanto ao adiamento da formação de gelo na Antártica, isso parece até piada, depois que aquele navio russo, cheio de ambientalistas a bordo, ficou absolutamente encalhado por lá, na véspera do natal, em pleno auge do verão.

Mas eu gostaria mesmo de falar é sobre o agora famoso “vórtice do Ártico”, também citado na matéria e, ao que parece, responsável por uma das maiores ondas de frio já registradas na América do Norte.

Segundo os alarmistas das mudanças climáticas, qualquer evento climático, mesmo que seja uma imensa e gélida massa polar, só pode ser causado pelo aquecimento global.  Vejam, por exemplo, este resumo da conceituada revista “Time”, publicado recentemente:

Não só o período de frio intenso não refuta a mudança climática, como é bem possível que o aquecimento global possa estar gerando esse frio extremo nos EUA. Neste momento, grande parte dos Estados Unidos está nas garras de um vórtice polar,  um turbilhão de ar extremamente frio e denso que se forma perto dos pólos. Normalmente os ventos rápidos no vórtice — que podem chegar a 100 mph (161 k/h) — mantêm o ar frio preso sobre o Ártico. Porém,  quando os ventos enfraquecem, o vórtice pode começar a oscilar como um bêbado depois do quarto martini, e o ar do Ártico pode escapar e derramar-se em direção ao sul, trazendo com ele o clima do Ártico.

Apenas para esclarecer, a existência dos famigerados “vórtices” não é nenhuma novidade.  Os cientistas têm conhecimento deles há mais de 150 anos.  Ademais, as anomalias causadoras de ondas de frio extremas não são raras e ocorrem desde que o mundo é mundo.  Não têm nada a ver com excesso de CO2.  Aliás, vale relembrar que, na década de 1970, quando o alarmismo climático estava voltado para o “resfriamento global”, a mesma revista “Time” escreveu o seguinte sobre a expansão do vórtice polar:

Os cientistas descobriram ainda outras indicações do arrefecimento global. Por exemplo, uma expansão sem precedentes do cinturão de ventos polares secos, de alta altitude — o chamado vórtice circumpolar.

Notável, não?  A mesma expansão do vórtice, ocorrida nos idos da década de 1970, seria um indicativo do resfriamento global.  Hoje em dia, é indício de aquecimento global.  Como diria Karl Popper, a hipótese das mudanças climáticas é absolutamente irrefutável.  E isso, para qualquer teoria que se pretenda científica, não é uma virtude, muito pelo contrário.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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